Zezão ocupa três andares da Choque Cultural

Por Redação
22/06/2010 16:03 / Atualizado em 24/06/2010 11:05

divulgaçãoObra do artista Zezão
Obra do artista Zezão

Um dos nomes mais importantes da arte pop contemporânea, Zezão apresenta Vari Ações Urbanas, uma exposição que mostra novos elementos de sua pesquisa e criação. O título é um jogo entre a variedade de suportes e a forte influência da rua em seu trabalho. Essa grande instalação fica em cartaz de 26 de junho até 7 de agosto na galeria Choque Cultural.

Além de suas tradicionais tags azuladas que aparecem em colagens em madeira e papel, canvas e bases enferrujadas, Zezão dá continuidade ao trabalho apresentado na exposição De dentro para fora/ De fora para dentro, no MASP. Para isso, o artista continuou sua busca por madeira, papel e placas em desuso, para compor suas colagens em linhas geométricas que chegam a medir 1,85 x 1,90 m. Em alguns casos, molduras antigas contornam as obras num contraponto entre o clássico e o urbano.

Ousado, Zezão produziu espécies de caixas em madeira com objetos provenientes da rua e retirou suas aplicações azuladas apresentando um novo olhar. O público que for visitar Vari Ações Urbanas também vai encontrar um vídeo instalação que representa um bueiro transbordado durante uma enchente em São Paulo. Esse tipo de criação mostra muito do perfil de Zezão, conhecido por circular por galerias fluviais, áreas abandonadas e demolições.

Vari Ações Urbanas conta ainda com criações fotográficas feitas em lugares abandonados, como a antiga rodoviária Julio Prestes, em fase de demolição. Nesse light painting, Zezão contou com a colaboração do fotógrafo Gal Oppido, que vem acompanhando seu trabalho desde o projeto Catacombs, na França.

Assim, Zezão utilizou uma grande lanterna com led azul e uma câmera de alta qualidade para desenvolver grandes fotos, incluindo duas panorâmicas de 2,30 x 1 metros. Outras fotografias que reproduzem paisagens subterrâneas e abandonadas, clássicas de São Paulo como a Estação da Luz, Serra da Cantareira e as galerias do córrego Cabuçu de Baixo, podem ser conferidas em tiragem limitada.

Uma das salas da Choque Cultural foi dedicada à pintura psicodélica de Zezão, além de estencils. Ambientada com luz negra e fundo preto, o ambiente ainda terá um biombo de alumínio (retirado de um piso de ônibus) pintado com spray. “Procuro trabalhar com diferentes linguagens, como painéis de madeira, fotografia, psicodelismo e instalação. Agora, quero mostrar um novo trabalho que parte da temática da construção com objetos e referências da rua”, conta Zezão, que também está trabalhando em seu primeiro livro biográfico.