lha da Gigóia: descobrindo um novo Rio

Como se livrar de uma furada e aproveitar a Ilha da Gigóia como ela merece

Por: O que fazer no Rio

É um fato: qualquer pessoa que chega à Barra, vinda da zona sul, passa pela pequena ilha no início do bairro e tem curiosidade de explorar aquele espaço. Por lá, jet skis passam zarpando pela água de tom esverdeado – uma cena bem incomum na capital carioca. Depois de anos pegando esse caminho, e sempre muito curiosa acerca do que se tratava, finalmente descobri como chegar na Ilha da Gigóia.

O @oquefazernorio te conta como fazer um passeio sem perrengue para a Ilha da Gigóia

A verdade é que não tem mistério nenhum. O acesso é feito somente de barco em uma pequena entrada ao lado do prédio da Unimed, na Avenida Armando Lombardi, número 400. Muitas motos ficam estacionadas ali e, um pouco mais na frente, estão os barcos que te atravessam para o outro lado. Para fazer apenas a travessia de um lado para o outro é um valor e para percorrer a rota para chegar aos restaurantes é outro – pagamos R$ 5 por pessoa. É possível caminhar pelas ruas, uma vez que há casas e pousadas dentro da Gigóia.

Os restaurantes mais conhecidos da Ilha são o Laguna, Bar do Cícero, Cais Bar e Caiçara Bar, sendo o Cícero o mais famoso. Cada um deles possui uma particularidade própria e seu público fiel. Inclusive, essa é uma grande pequena província de pessoas apaixonadas pela ilha e que já frequentam há muitos anos. A maioria, aliás, é nascida e criada na própria ilha, como é o caso da Tathi, proprietária do Caiçara Bar. O terreno onde hoje é o estabelecimento pertencia a sua avó.

Show Sunset do Caiçara Bar

O clima bucólico e de cidade do interior possibilita vivenciar uma experiência única dentro do Rio. Sentimento igual eu tive somente lá para as bandas de Barra de Guaratiba, também na zona oeste. Estivemos duas vezes aqui. Na primeira, optamos por almoçar no Cais Bar porque o Laguna é um pouco mais sofisticado e com preços mais altos, o Bar do Cícero estava lotadíssimo (cerca de 3h de espera, fato corriqueiro por aqui) e o Caiçaras fechado para receber um show que aconteceria mais tarde. Eram 14h do domingo e mesmo o Cais Bar estando lotado insistimos, pois não teríamos pra onde ir, visto que você fica literalmente ilhado.

Essa primeira experiência passou longe de ser agradável. A casa estava cheia e o atendimento confuso e lento. A porção de pastéis que demorou uma hora pra chegar, chegou, inclusive, junto com o prato principal, um refrigerante nunca chegou e os que chegaram estavam quentíssimos. O preço dos pratos são bem salgados pelo que são e o calor estava de matar.

Pra não dizer que somos ranzinzas, voltamos duas semanas depois ao Caiçara Bar para desfazer a má impressão da ilha. Era uma tarde de domingo, como a primeira vez, e o clima foi beeem diferente. Esse bar tem dois andares e um palco no primeiro onde rolam vários shows maneiros – no dia em que fomos foi do Mauricio Baia. Agora sim estávamos curtindo a verdadeira vibe da Ilha. A especialidade da casa são os frutos do mar, então pedimos um espetinho de camarão grelhado ao alho que estava super crocante (Mariscal), mas não resistimos a Picanha temperada com ervas, fritas e farofa (Guarapari). Embaladas por uma caipirinha deliciosa, que já levou o título de melhor do Rio, e um dos melhores mojitos que já experimentei, observamos a moçada bonita da Barra curtindo a música ao pôr-do-sol. Nos chamou atenção também a quantidade de crianças se divertindo com os papais e as mamães.

Má impressão desfeita com categoria, incluímos a Ilha da Gigóia como item essencial no roteiro de coisas para se conhecer no Rio. Mas ATENÇÃO: para evitar furadas como a nossa, evite o horário de pico do domingo – entre 14h e 15h – e procure chegar cedo para não perder muito tempo em uma fila de espera – chegando lá não tem muito pra onde fugir.

O Caiçara Bar recebe shows ao vivo às sextas e sábados e, aos domingos, rola um show sunset, a partir das 16h. Almoço sempre aoa sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h.