Roteiro: Pavão Azul, um pé-sujo de unhas limpas

Dica do Cariocando no Rio de um bar para conhecer na zona sul do Rio

Por: Catraca Livre

A priori, uma confissão: pé-sujo não faz o meu gênero. O descuido e a má aparência me afastam de todos esses estabelecimentos. Definitivamente, não é o meu tipo de lugar. Porém, devido às circunstâncias da vida (leia-se, amigos e namorado), fui empurrada gentilmente ao tal Pavão Azul. Esses seres extraterrestres ju-ra-vam que era o melhor lugar do mundo. Nem tanto, nem tão pouco.

 

O lugar vai continuar me parecendo desleixado demais, mas devo admitir que a cozinha me surpreendeu em suas virtudes. Comi aquela que talvez eu eleja como a “melhor patanisca” da minha vida por ali. Pausa: patanisca é um bolinho de bacalhau repleto de recheio e com crocância digna de nota. Além disso, a casa oferece pastéis de camarão acima da média. Em tempos de vangloriar pastéis de esquina mal-ajambrados e ressecados, o diferente salta aos olhos.

Acrescento ainda que a batida de coco caseira é soberba e deve ser elevada à posição de “ícone do pavão”. O ambiente vai continuar daquele jeitão largado e descuidado, com cadeiras de plástico na calçada, disputa de território (são poucas mesas) e milhões de barrigudos sem rumo dando risada da vida e jogando conversa fora. Mas talvez ele se proponha a ser isso e não queira ser nada além disso: um bom pé sujo. Sim. Mesmo com todos os meus preconceitos com bares do estilo, reconheço que ele tem o seu valor traduzido em petiscos saborosíssimos e cheios de verdade. Vale a pena provar e aprovar.

Ps.: o Pavão é um ícone de Copacabana (e pé-sujo é um símbolo do Rio). Esse bar também tem um diferencial: preços HONESTÍSSIMOS. Para se ter ideia, o pastel de camarão custa módicos R$ 2,80 e a porção com quatro pataniscas, R$ 12!

Para ler mais dicas do RJ, acesse @cariocandonorio