Bienal do Samba de 1968 revigora o gênero na cena musical carioca

Além de estimular a produção de sambas por todo o país, o festival introduziu novos artistas ao grande público|Além de estimular a produção de sambas por todo o país, o festival introduziu novos artistas ao grande público

Elis e Os Originais do Samba vencem a I Bienal do Samba

A Bienal do Samba foi um festival de música popular brasileira, da TV Record, que inseriu novos talentos na cena musical ao lado de consagrados veteranos.

Realizado em duas edições, em 1968 e 1971, o festival reuniu alguns dos grandes sambistas da velha guarda. Entre eles, Wilson Batista, Ismael Silva, Cartola, Miltinho e Adoniran Barbosa. Vários nomes de peso foram desclassificados logo nas preliminares. Wilson, por exemplo, não chegou a participar do festival porque perdeu a data das inscrições.

Indicado por sugestão do jurado Ricardo Cravo Albin, o compositor acabou sendo homenageado nas semifinais em um show especial, com um pout-pourri de seus principais sambas. O tributo em vida veio na hora certa, pois um mês depois e quatro dias após completar 55 anos, o sambista morreu.

Resultado

O samba vencedor foi “Lapinha” (de Baden Powell e Paulo César Pinheiro), interpretada por Elis Regina e Os Originais do Samba, seguido por “Bom Tempo” (de Chico Buarque), interpretada pelo próprio autor e “Pressentimento” (de Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), interpretada por Marília Medalha.

Em quarto lugar, “Canto Chorado” (de Billy Blanco), interpretada por Jair Rodrigues, em quinto “Tive Sim” (de Cartola), interpretada por Ciro Monteiro e, em sexto, “Coisas do Mundo, Minha Nega” (de Paulinho da Viola), interpretada por Jair Rodrigues.

No mesmo ano, foi lançado um LP com as melhores canções da Bienal. Além das seis primeiras colocadas, o disco contava com “Quem dera” (Sidney Miller), pelo MPB 4, “Luandaluar” (Sergio Ricardo), por Marília Medalha, “Marina” (Sinval Silva), com Paulo Márquez, “Protesto, Meu Amor” (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho), com Arlete Maria, “Quando a Polícia Chegar” (João da Baiana), com Jose Ventura e “Rainha, Porta Bandeira” (Edu Lobo e Ruy Guerra), interpretada por Márcia e Edu.

Na segunda edição, em 1971, a proposta era realizar um festival de caráter não competitivo. “Pisa Neste Chão Com Força” (de Giovana), interpretada pela autora, foi a canção de maior destaque. Sem sucesso com o público, a Bienal do Samba é descontinuada.