Documentário registra o samba e a vida de Paulinho da Viola

11/12/2013 00:00 / Atualizado em 09/05/2019 15:39

Wilson Batista é um dos compositores preferidos de Paulinho da Viola, que se apropriou de seu samba “Meu mundo é hoje” para contar que seu ‘tempo’ é hoje.

O depoimento, registrado no documentário “Paulinho da Viola – Meu Tempo é Hoje” (2003), ajuda na compreensão do título. O músico não está sendo retratado como alguém que atingiu o auge de sua carreira. Ele simplesmente vive no presente e desfruta deste.

Enquanto o antes e o depois ganham mais importância que o agora, tendência majoritária do século, Paulinho se faz claro: não vive no passado, o passado é que vive nele. Assim como no samba de Wilson, não existe amanhã para o violeiro.

Além de si, transfere esta realidade para música também. Paulinho acredita que as composições são atemporais, ou seja, ganham vida toda vez que são lembradas, ouvidas ou tocadas. O tempo é sempre hoje.

Fruto de conversas com o jornalista Zuenir Ventura, o roteiro foi assinado também por Joana Ventura e pela diretora Izabel Jaguaribe. Traçando perfil do intérprete, instrumentista e compositor, o filme apresenta as influências, os mestres e amigos de Paulinho sem interferências.

A rotina peculiar do músico – mostrando hábitos desconhecidos do grande público – molda a narrativa tanto quanto os encontros musicais com Marina Lima, Elton Medeiros, Zeca Pagodinho, Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela. A trajetória caminha sozinha, em um registro histórico e único de um dos mestre da música popular brasileira.