5 sinais de que a saúde dos olhos exige atenção médica

Irritação frequente, sensibilidade à luz e visão turva podem indicar mais do que apenas cansaço. Médico aponta os principais sintomas que merecem atenção

17/09/2025 17:36

O uso excessivo de telas, a poluição urbana e a falta de acompanhamento médico estão entre os principais fatores que contribuem para o aumento de problemas oculares no Brasil. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados ou tratados com medidas preventivas e diagnóstico precoce.

O levantamento também revela que mais de 1,5 milhão de brasileiros vivem com cegueira, sendo que quase um milhão pertencem a grupos economicamente vulneráveis, com acesso limitado a serviços especializados.

A saúde ocular exige atenção constante, já que muitas doenças se desenvolvem de forma silenciosa. Condições como glaucoma, catarata e degeneração macular podem evoluir sem sintomas evidentes nas fases iniciais. Com o avanço da tecnologia e o aumento do tempo de exposição às telas, além da convivência em ambientes poluídos, o cuidado preventivo tornou-se ainda mais urgente para evitar complicações que podem levar à perda visual.

Sinais que merecem atenção médica

De acordo com Carlos Eduardo Abreu, médico oftalmologista da rede AmorSaúde, parceira do Cartão de TODOS, muitos problemas começam com sintomas sutis, como ardência, visão embaçada, sensibilidade à luz ou sensação de areia nos olhos. “Esses sinais são frequentemente ignorados ou atribuídos ao cansaço, mas podem indicar alterações importantes que exigem avaliação especializada”, afirma.

O acompanhamento regular com oftalmologista é recomendado mesmo na ausência de sintomas, especialmente para pessoas acima dos 40 anos ou com histórico familiar de doenças oculares.

O profissional, destaca quais são os principais sintomas que merecem atenção e acompanhamento médico.

1 – Irritação frequente

“Irritações frequentes podem estar associadas a síndrome do olho seco, alergias oculares crônicas, blefarite, uso incorreto de lentes de contato ou infecções recorrentes”, explica Carlos Eduardo. Ignorar esse sintoma pode dificultar o tratamento e agravar o problema.

2 – Sensibilidade à luz: quando preocupar-se?

A fotofobia pode indicar inflamações intraoculares, infecções na córnea ou até problemas neurológicos. O médico reforça que “quando a sensibilidade surge de forma súbita ou persiste, é preciso buscar avaliação médica urgente”.

3 – Visão turva nem sempre é cansaço

“Problemas refrativos como miopia, hipermetropia e astigmatismo, além de doenças como catarata e alterações na retina, podem causar visão embaçada”, explica o profissional. De acordo com o médico, a visão turva que não melhora com descanso deve ser investigada para evitar problemas mais sérios.

4 – Dor nos olhos

Dor ocular intensa, acompanhada de vermelhidão, náuseas ou perda súbita da visão, pode indicar glaucoma agudo ou uveíte. “Nesses casos, o atendimento médico imediato é fundamental para preservar a visão”, alerta Carlos Eduardo.

5 – Olho seco e lacrimejamento

Segundo o médico, “o olho seco é comum em ambientes com ar-condicionado e uso prolongado de telas, podendo ser agravado por doenças autoimunes. Já o lacrimejamento excessivo pode indicar obstrução dos canais lacrimais ou irritações crônicas”. Ambos precisam de avaliação oftalmológica para diagnóstico e tratamento adequados.

Cuidados simples para preservar a saúde dos olhos

O oftalmologista Carlos Eduardo alerta que prevenir é sempre o melhor caminho para evitar problemas oculares mais graves. Confira algumas recomendações do médico para cuidar da visão no dia a dia:

  • Faça pausas regulares ao usar telas digitais, seguindo a regra 20-20-20 (a cada 20 minutos, olhe para algo a 20 pés de distância — aproximadamente 6 metros — por 20 segundos).
  • Evite coçar os olhos para prevenir irritações e infecções.
  • Utilize óculos com proteção contra raios UV.
  • Mantenha uma alimentação rica em vitaminas A, C, E e ômega-3, presentes em cenoura, folhas verdes, frutas cítricas e peixes.
  • Não compartilhe colírios ou maquiagem para evitar contaminações.
  • Higienize corretamente lentes de contato.
  • Consulte regularmente um oftalmologista, mesmo sem sintomas, para avaliação preventiva.