75% dos casos de câncer de pâncreas são detectados por este sinal

O câncer de pâncreas evolui silenciosamente e, na maioria dos casos, só é descoberto em estágios avançados. Conheça os sintomas e formas de prevenção

Por Wallace Leray em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
07/03/2025 14:33 / Atualizado em 24/03/2025 13:09

O câncer de pâncreas está entre as formas mais agressivas e letais da doença, sendo responsável por aproximadamente 5% das mortes por câncer no Brasil. Um dos maiores desafios relacionados a essa enfermidade é o fato de que, em muitos casos, ela evolui sem apresentar sintomas claros, tornando o diagnóstico precoce bastante difícil. Isso faz com que a maioria dos pacientes descubra a doença apenas em estágios avançados, quando as opções de tratamento se tornam mais limitadas.

75% dos casos de câncer de pâncreas são detectados por este sinal
75% dos casos de câncer de pâncreas são detectados por este sinal - iStock/magicmine

Taxa de sobrevida e a importância do diagnóstico precoce

Dados do programa SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, revelam que os pacientes diagnosticados nos estágios iniciais da doença possuem uma taxa de sobrevida de aproximadamente 43,9% em cinco anos. No entanto, quando o câncer é detectado em fases avançadas, essa taxa cai drasticamente para menos de 5%. Esses números reforçam a importância da detecção precoce, pois quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maiores são as chances de um prognóstico positivo.

Sintomas e sinais de alerta

Os sintomas do câncer de pâncreas costumam ser sutis e inespecíficos, o que dificulta sua identificação. Entre os principais sinais que devem ser observados estão:

  • Icterícia (pele e olhos amarelados);
  • Coceira persistente;
  • Fraqueza;
  • Perda inexplicada de peso e apetite;
  • Dor abdominal contínua;
  • Urina escura;
  • Náuseas frequentes;
  • Dor nas costas.

A icterícia está presente em cerca de 75% dos casos de tumores localizados na cabeça do pâncreas. Esse sintoma ocorre devido ao bloqueio do ducto biliar, impedindo a drenagem da bile e provocando o acúmulo de bilirrubina no organismo. Estudos indicam que essa obstrução pode estimular o crescimento do tumor e favorecer metástases hepáticas.

O câncer de pâncreas tem sintomas inespecíficos, como icterícia e perda de peso, o que dificulta seu diagnóstico precoce.
O câncer de pâncreas tem sintomas inespecíficos, como icterícia e perda de peso, o que dificulta seu diagnóstico precoce. - iStock/magicmine

Fatores de risco: genética e estilo de vida

Aproximadamente 10% a 15% dos casos de câncer de pâncreas têm origem hereditária, mas a maioria está associada a fatores modificáveis, como:

  • Tabagismo;
  • Sobrepeso e obesidade;
  • Diabetes;
  • Pancreatite crônica não hereditária.

Além disso, exposição prolongada a substâncias químicas, como solventes, cloreto de vinila e pesticidas, também pode aumentar o risco, afetando especialmente trabalhadores da indústria química, agrícola e do setor petrolífero.

Diagnóstico e opções de tratamento

O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de sucesso no tratamento. Exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia são utilizados para detectar o tumor. Em alguns casos, uma biópsia pode ser necessária para confirmação.

Nos primeiros estágios da doença, a cirurgia é a opção mais eficaz, pois permite a remoção do tumor e aumenta as chances de cura. Quando o câncer está avançado, o tratamento se concentra no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida, utilizando abordagens como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia para retardar a progressão da doença.

Exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são fundamentais para a detecção do câncer de pâncreas.
Exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são fundamentais para a detecção do câncer de pâncreas. - iStock/Panuwat Dangsungnoen

Prevenção e conscientização

A prevenção do câncer de pâncreas está diretamente ligada à adoção de um estilo de vida saudável. Manter uma alimentação equilibrada, evitar o tabagismo, controlar o peso e praticar atividades físicas regularmente são medidas essenciais para reduzir o risco da doença.

Além disso, investimentos em pesquisa e maior acesso a exames de rastreamento são fundamentais para melhorar o prognóstico da doença. A conscientização sobre os sintomas e fatores de risco pode salvar vidas, permitindo que mais pessoas busquem atendimento médico antes que o câncer atinja estágios avançados.

Câncer de pâncreas: atenção aos sinais pode salvar vidas

O câncer de pâncreas é conhecido por sua evolução silenciosa, dificultando o diagnóstico precoce. Como destaca a Catraca Livre, sintomas como icterícia, perda de peso inexplicável e dores abdominais não devem ser ignorados. Identificar esses sinais no início é crucial para aumentar as chances de tratamento e sobrevivência. Saiba mais aqui!