Ácidos graxos no cordão umbilical podem influenciar o risco de autismo

Estudo japonês revela que ácidos graxos no sangue do cordão umbilical podem afetar o risco de autismo

07/01/2025 21:31

Causa do autismo pode estar no cordão umbilical
Causa do autismo pode estar no cordão umbilical - phakimata/DepositPhotos

 

A causa exata do autismo ainda é um mistério, mas um estudo recente publicado na revista Psychiatry and Clinical Neurosciences aponta para uma possível ligação entre os ácidos graxos presentes no sangue do cordão umbilical e o risco de desenvolvimento do transtorno do espectro autista (TEA). Pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, investigaram essa relação ao analisar amostras de sangue de recém-nascidos e correlacioná-las com sinais do TEA durante a infância.

Ácidos graxos podem influenciar sintomas do autismo

O estudo focou nos ácidos graxos poli-insaturados, especificamente no composto diHETrE, encontrado no sangue do cordão umbilical. A pesquisa revelou que níveis elevados desse composto podem estar ligados a maiores dificuldades nas interações sociais, enquanto níveis mais baixos estariam associados a comportamentos repetitivos e restritivos. Curiosamente, as meninas mostraram uma correlação mais forte do que os meninos.

O professor Hideo Matsuzaki, um dos responsáveis pela pesquisa, explicou que os níveis de diHETrE no momento do nascimento parecem afetar de forma significativa os sintomas de TEA na infância, além de estarem relacionados ao funcionamento adaptativo das crianças. Isso sugere que a dinâmica desse composto durante a gestação pode influenciar o desenvolvimento de sinais de autismo.

O futuro do diagnóstico e prevenção do autismo

O estudo propõe que medir os níveis de diHETrE logo após o nascimento pode se tornar uma ferramenta importante para prever o risco de autismo. Além disso, os cientistas indicam que bloquear o metabolismo do diHETrE durante a gestação poderia, potencialmente, reduzir a ocorrência de traços autistas nas crianças, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar essa teoria.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com o transtorno do espectro autista. A condição, que afeta principalmente a percepção, a comunicação e as interações sociais, pode variar em intensidade, com alguns indivíduos sendo mais autossuficientes enquanto outros necessitam de cuidados intensivos ao longo da vida.

Autismo em adultos: desafios e diagnóstico tardio

O autismo em adultos muitas vezes passa despercebido devido ao diagnóstico tardio. Características como dificuldades de interação social e comunicação podem ser confundidas com outros transtornos. Especialistas alertam para a importância de uma avaliação precoce, visando um apoio adequado para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Clique aqui para saber mais.