Agrotóxicos usados nas lavouras podem ser cancerígenos

18/05/2015 17:19 / Atualizado em 04/05/2020 17:22

Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou o uso de alguns agrotóxicos utilizados nas lavouras do Brasil. No entanto, eles continuam liberados mesmo com alertas de especialistas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por avaliar os venenos. As informações são do Inca.

De acordo com classificação da Agência Internacional de Pesquisas do Câncer (Iarc, na sigla em inglês), órgão da OMS, cinco pesticidas são “provavelmente” ou “possivelmente” carcinogênicos – quatro deles liberados no Brasil: glifosato, malation, diazinon e parationa metílica.

O glifosato, ingrediente ativo do herbicida roundup, produzido pela empresa Monsanto, é o veneno agrícola mais vendido no mundo. No Brasil, somente em 2013, foram comercializadas 186 mil toneladas da substância, utilizada geralmente em lavouras de soja transgênica.

A Monsanto nega a afirmação de que o glifosato cause câncer e garante que o produto é seguro
A Monsanto nega a afirmação de que o glifosato cause câncer e garante que o produto é seguro - Jose Reynaldo da Fonseca - José Reynaldo da Fonseca

Em 2008, a Anvisa reavaliou a liberação do glifosato no país com base em pesquisas realizadas por especialistas, que condenaram o uso do veneno agrícola por ter potencial cancerígeno. Mas, até hoje, o agrotóxico continua liberado e seu consumo está cada vez mais elevado.

Em nota, a Anvisa informou que não há prazo estabelecido para a conclusão do processo, mas o caso terá prioridade após a divulgação da pesquisa da Iarc. Já o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) afirmou que pautará o tema no Conselho Consultivo da Avisa, do qual participa.

A Monsanto nega a afirmação de que o glifosato cause câncer e garante que o produto é seguro e não prejudica a saúde humana e o meio ambiente – de acordo com análises de estudiosos. Mas, segundo a Iarc, há “evidências limitadas de carcinogenicidade em humanos” e “suficiente evidência de carcinogenicidade em animais”.

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