Alergia ao ao leite pode aumentar o risco de doenças cardíacas
Descubra como anticorpos aos alérgenos mais comuns podem aumentar a mortalidade cardiovascular
Os resultados de um estudo recente da Universidade da Carolina do Norte, publicado em 9 de novembro de 2023, colocou em foco a relação entre a sensibilidade a alérgenos alimentares comuns, como o leite de vaca e o amendoim, e as doenças cardíacas.
O estudo, feito com adultos nos Estados Unidos, sugere que a presença de anticorpos IgE para esses alimentos que podem desencadear alergias, está associada a um aumento significativo no risco de mortalidade cardiovascular.
Alergia ao ao leite pode aumentar o risco de doenças cardíacas
A pesquisa utilizou informações de saúde de 4.414 adultos participantes da Pesquisa Nacional de Saúde e Exames (NHANES), e de 960 participantes do site Estudo Multiétnico de Aterosclerose (Mesa).
Interpretando os dados, os pesquisadores chegaram à conclusão que o risco de doenças cardíacas aumenta bastante em indivíduos com anticorpos IgE presentes contra alimentos que comem regularmente.
Como a pesquisa relacionou a alergia alimentar ao risco de doença cardíaca?
A professora de alergia pediátrica Corinne Keet, autora do estudo, afirma que “as pessoas que tinham anticorpos IgE contra alimentos que comem regularmente pareciam ter um risco aumentado de morrer de doenças cardíacas”.
Entre o grupo de participantes NHANES, 229 morreram por doenças cardiovasculares, enquanto no grupo Mesa, 56 indivíduos tiveram o mesmo destino.
A sensibilidade ao leite de vaca foi particularmente associada à doenças cardíacas tanto nos participantes do NHANES como do Mesa.
Anticorpos para o camarão e o amendoim também foram identificados como fatores de risco adicionais para doenças cardíacas.
O que isso significa para a pesquisa em saúde cardiovascular e alergia alimentar?
Este estudo traz uma nova perspectiva sobre as conexões entre saúde cardiovascular e alergias alimentares.
“Embora este estudo forneça boas evidências de uma associação entre a sensibilização a estes alérgenos e a morte por doenças cardiovasculares, há muito trabalho a ser feito para entender se esta é uma relação causal”, afirma Corinne Keet.
Estes achados podem abrir caminho para novas pesquisas que permitirão aos médicos compreender melhor os potenciais vínculos entre a alergia alimentar e a saúde cardiovascular. Assim, será possível desenvolver estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes.