Alguns traços de personalidade podem ser mais propensos à demência, sugere estudo

O estudo apontou um cenário intrigante: personalidade e bem-estar emocional influenciam o risco de demência

28/03/2025 18:00

Atividade diária que ajuda a deixar o cérebro afiado – iStock/Liliia Bila
Atividade diária que ajuda a deixar o cérebro afiado – iStock/Liliia Bila - iStock/Liliia Bila

Um estudo inovador, publicado na prestigiada revista Alzheimer’s and Dementia, revelou que certos traços de personalidade podem estar ligados ao risco de desenvolver demência. A pesquisa analisou dados de oito estudos menores, abrangendo um universo de 44.531 pessoas entre 49 e 81 anos. Ao longo do tempo, 1.703 dessas pessoas foram diagnosticadas com demência.

Os participantes passaram por avaliações de personalidade em vida e tiveram seus cérebros examinados após a morte, permitindo uma análise detalhada dos impactos psicológicos sobre a saúde neurológica.

Os “cinco grandes” traços de personalidade e a demência

Os pesquisadores investigaram a relação entre o risco de demência e os cinco principais traços de personalidade:

🧠 Abertura a experiências – Criatividade, curiosidade e gosto pelo novo. Pense em um explorador que adora desafios e novas perspectivas.
📅 Conscienciosidade – Organização, planejamento e disciplina. O clássico estrategista que segue regras e mantém tudo sob controle.
🎭 Extroversão – Energia social, entusiasmo e busca por conexões. Aquele amigo que sempre anima as festas e adora interações.
🤝 Amabilidade – Empatia, generosidade e cooperação. Como um jogador de equipe que sempre busca harmonia.
⚡ Neuroticismo – Propensão ao estresse e emoções negativas. O perfil mais ansioso, que se preocupa com tudo e sente o peso das dificuldades.

Além disso, os cientistas analisaram como o afeto positivo (tendência a emoções como alegria e otimismo) e o afeto negativo (predisposição a sentimentos como raiva e medo) poderiam influenciar o desenvolvimento da demência.

O que os resultados dizem?

O estudo apontou um cenário intrigante: personalidade e bem-estar emocional influenciam o risco de demência, mas não necessariamente o dano físico ao cérebro.

🔴 Pessoas com altos níveis de neuroticismo e afeto negativo apresentaram maior probabilidade de desenvolver demência.

🟢 Indivíduos com conscienciosidade, extroversão e afeto positivo demonstraram uma espécie de “proteção” contra a doença.

No entanto, quando os pesquisadores analisaram diretamente os sinais físicos da demência no cérebro, não encontraram uma relação direta com os traços psicológicos. Ou seja, mesmo que uma pessoa ansiosa tenha mais chance de ser diagnosticada com demência, isso não significa que ela terá mais lesões cerebrais relacionadas à doença.

Uma explicação possível? Algumas pessoas podem ter uma capacidade maior de compensar os danos cerebrais sem perceber, desenvolvendo estratégias para contornar as dificuldades cognitivas.

E quanto à criatividade e ao bem-estar?

A pesquisa também trouxe boas notícias para os curiosos e otimistas:

✨ Abertura a experiências mostrou um efeito protetor contra a demência em 42% dos estudos analisados.
😊 Afeto positivo e satisfação com a vida foram associados a menor risco de demência em metade dos estudos.

Curiosamente, ao contrário de pesquisas anteriores, este estudo não encontrou relação entre fatores como gênero e nível de escolaridade e o risco de demência ligado à personalidade.

O que isso significa para o futuro?

Os cientistas acreditam que compreender o impacto da personalidade na demência pode ajudar na detecção precoce da doença e no desenvolvimento de estratégias personalizadas de prevenção e tratamento. Em outras palavras, sua forma de enxergar o mundo e lidar com as emoções pode influenciar diretamente seu futuro cognitivo.

Se a personalidade pode ser uma chave para a saúde do cérebro, talvez seja hora de praticar o otimismo, cultivar a curiosidade e encontrar maneiras mais leves de lidar com o estresse. Afinal, seu eu do futuro pode agradecer! 🚀

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