Alimentos que podem cortar o risco de demência em 28%

Um estudo com mais de 120 mil adultos revelou que certos alimentos podem reduzir significativamente o risco de demência

Por Wallace Leray em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
11/03/2025 08:33 / Atualizado em 23/03/2025 20:21

Manter a mente ativa e saudável ao longo da vida depende de diversos fatores, incluindo hábitos alimentares. Um estudo publicado no JAMA Network Open, que acompanhou 122 mil adultos britânicos, revelou que consumir alimentos ricos em flavonoides pode reduzir o risco de demência em 28%. Essas substâncias antioxidantes, encontradas em frutas, vegetais e certas bebidas, desempenham um papel essencial na saúde do cérebro.

Alimentos que podem cortar o risco de demência em 28%
Alimentos que podem cortar o risco de demência em 28% - iStock/Alena Butusava

Os alimentos que fortalecem o cérebro

Os pesquisadores destacaram alguns alimentos que oferecem um efeito protetor contra o declínio cognitivo. Isso acontece porque seus compostos ativos ajudam a combater a inflamação e melhorar a circulação sanguínea no cérebro. Entre os mais recomendados estão:

  • Frutas vermelhas: Morangos, mirtilos e framboesas são fontes ricas de flavonoides, conhecidos por melhorar o fluxo sanguíneo e reduzir inflamações.
  • Folhas verdes: Vegetais como espinafre, couve e alface possuem antioxidantes que auxiliam na manutenção das funções cerebrais.
  • Chá verde e preto: Essas bebidas são ricas em compostos que protegem as células cerebrais e contribuem para um melhor fluxo sanguíneo.
  • Vinho tinto (com moderação): O consumo controlado de vinho tinto pode ajudar a retardar o envelhecimento cerebral devido aos flavonoides presentes nas uvas.
  • Chocolate amargo: Rico em cacau, contém antioxidantes que beneficiam os vasos sanguíneos e o cérebro.
Frutas vermelhas são grandes aliadas da saúde cerebral e ajudam a reduzir inflamações.
Frutas vermelhas são grandes aliadas da saúde cerebral e ajudam a reduzir inflamações. - iStock/Chinnapong

Por que esses alimentos são importantes?

A Dra. Amy Jennings, pesquisadora da Queen’s University Belfast, explicou que aumentar a ingestão de flavonoides na dieta diária pode ser uma maneira eficaz de reduzir o risco de demência. Segundo o estudo, esses compostos ajudam a diminuir a pressão arterial, melhorar o fluxo sanguíneo e combater processos inflamatórios prejudiciais ao cérebro.

Além disso, a pesquisa revelou que indivíduos com predisposição genética para a demência conseguiram reduzir o risco em 43% ao adotar uma dieta rica nesses alimentos. Esse achado reforça a importância da alimentação na prevenção de doenças neurodegenerativas.

Como incluir esses alimentos no dia a dia?

Incorporar esses alimentos à rotina alimentar não é difícil. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem trazer benefícios significativos para a saúde cerebral. Algumas sugestões incluem:

  • Adicionar frutas vermelhas ao café da manhã, combinadas com iogurte ou aveia;
  • Consumir folhas verdes em saladas, sopas ou acompanhamentos das refeições;
  • Beber chá verde ou preto ao longo do dia, substituindo outras bebidas menos saudáveis;
  • Incluir um pedaço de chocolate amargo como sobremesa ocasional;
  • Tomar uma taça de vinho tinto em momentos específicos, respeitando a moderação.
O chá verde, rico em antioxidantes, melhora o fluxo sanguíneo e protege as células do cérebro.
O chá verde, rico em antioxidantes, melhora o fluxo sanguíneo e protege as células do cérebro. - iStock/ipopba

Outros hábitos que contribuem para a saúde do cérebro

Além da alimentação, adotar um estilo de vida saudável é essencial para proteger o cérebro do envelhecimento precoce. Praticar atividades físicas, manter um peso equilibrado, evitar o consumo excessivo de álcool e cuidar da audição e da visão são atitudes que fazem a diferença na saúde cognitiva a longo prazo.

Seguindo essas orientações, é possível fortalecer a proteção contra o declínio cognitivo e garantir uma melhor qualidade de vida no futuro.