Alisantes de cabelo podem dobrar risco de câncer de útero
Os produtos podem conter substâncias químicas perigosas com propriedades cancerígenas, alerta estudo americano
Estudo americano divulgado nesta segunda-feira, 17, na revista médica Journal of the National Cancer Institute, revelou que produtos usados para alisar o cabelo podem aumentar o risco de câncer de útero.
A pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), acompanhou 33.497 mulheres americanas voluntárias por mais de uma década.
As participantes tinham entre 35 e 74 anos quando foram recrutadas, e tiveram a saúde monitorada por meio da aplicação de questionários e a observação de laudos médicos.
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Entre as voluntárias do estudo, cerca de 1.500 utilizavam produtos de alisamento capilar quatro vezes ou mais por ano. Desse grupo, 26 desenvolveram câncer de útero durante o período. Cerca de 30 mil voluntárias nunca haviam utilizado química no cabelo e, neste grupo, 332 foram diagnosticadas com tumor de útero.
Durante o estudo, os pesquisadores do NIH ajustaram os fatores de risco já conhecidos para o câncer, como idade avançada, consumo de álcool, tabagismo e sedentarismo. Mesmo com as correções, a equipe observou que o uso de produtos de alisamento aumentou o risco de desenvolvimento do câncer de útero em 155%.
Os cientistas do NIH acreditam que as substâncias que compõem os produtos de alisamento, como hidróxido de sódio, tioglicolato de amônio e formaldeído, penetram na corrente sanguínea através do couro cabeludo e viajam até o útero, desencadeando a neoplasia.
O câncer de útero é de baixa incidência nos EUA, representando apenas cerca de 3% de todos os diagnósticos de câncer em mulheres americanas anualmente.
No entanto, os pesquisadores alertam que as taxas têm aumentado nos últimos anos, principalmente entre as mulheres negras, que representam a maioria dos usuários de produtos de alisamento nos EUA.
Cerca de 60% das mulheres que afirmaram usar produtos para alisar o cabelo se declaravam negras, o que sugere maior vulnerabilidade em relação à doença para esse grupo.