Alterações do sono profundo podem aumentar o risco de Alzheimer

Estudo divulgado em conceituada revista médica chama a atenção para relação entre qualidade do sono e risco de Alzheimer

Os resultados indicaram uma perda gradual na quantidade de sono profundo e a ocorrência de 52 casos de Alzheimer – iStock/Getty Images
Créditos: Tero Vesalainen/istock
Os resultados indicaram uma perda gradual na quantidade de sono profundo e a ocorrência de 52 casos de Alzheimer – iStock/Getty Images

Um declínio de apenas 1% no sono profundo anualmente, em pessoas com idade superior a 60 anos, pode resultar em um aumento de 27% no risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer. É o que aponta publicação recente divulgada na aclamada revista médica JAMA Neurology

Em busca de maior compreensão sobre a doença degenerativa, o estudo avaliou a saúde do sono de 346 participantes ao longo de períodos dos anos 1995 a 1998 e 2001 a 2003, com um acompanhamento estendido até 2018.

Os resultados indicaram uma perda gradual na quantidade de sono profundo e a ocorrência de 52 casos de Alzheimer em seguida, evidências que levaram à suspeita de estreita relação entre essas duas condições.

Qual a relação entre alterações do sono profundo e o Alzheimer?

O sono profundo está relacionado a diversos indicativos sobre a saúde do cérebro e seu constante envelhecimento.  Isso inclui, por exemplo, a maximização da eliminação de subprodutos metabólicos cerebrais e facilita a remoção de proteínas que tendem a se acumular durante o desenvolvimento do Alzheimer. Por isso, esta nova percepção sugere que a deterioração do sono pode ser um dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

Esta, no entanto, não é a primeira vez que a relação entre os dois fatores se torna objeto de estudo científico. Pesquisa publicada na Plos Genetics em 2022 também trouxe evidências de que a má qualidade do sono pode contribuir para o surgimento do Alzheimer.

De acordo com os resultados, pacientes com Alzheimer costumam apresentar distúrbios do sono anos antes do diagnóstico da doença, indicando que a manutenção de bons hábitos de sono pode ser uma estratégia viável de prevenção.

E os cochilos diurnos…

Por outro lado, um estudo publicado na revista científica Alzheimer’s & Dementia trouxe um alerta inverso: tirar vários cochilos ao longo do dia também pode elevar o risco de Alzheimer. O aumento de tais cochilos ao longo dos anos pode indicar uma progressão silenciosa da doença, ressaltando a importância de estar atento aos padrões de sono dos idosos para manter um monitoramento contínuo de sua saúde.