Alzheimer: estudo identifica relação entre açúcar e doença

Entenda por que consumo excessivo de açúcar pode estar relacionado a diagnóstico de Alzheimer

Consumo excessivo de açúcar pode causar aumento de placas amiloide, composta de proteínas tóxicas no cérebro, que tem têm relação direta com o diagnóstico de Alzheimer – iStock/Getty Images
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Consumo excessivo de açúcar pode causar aumento de placas amiloide, composta de proteínas tóxicas no cérebro, que tem têm relação direta com o diagnóstico de Alzheimer – iStock/Getty Images

Nas últimas décadas, a produção de pesquisas sobre o Alzheimer ajudou a mapear uma série de avanços relativos ao diagnóstico e tratamento da doença. Como por exemplo a relação direta entre pessoas com diabetes tipo 2 o risco de desenvolvimento do Alzheimer.

Mais recentemente, cientistas norte-americanos analisar um possível vínculo entre o açúcar e a doença, conforme pesquisa divulgada por pesquisadores da Wake Forest University School of Medicine, nos EUA.

Evidências obtidas nesse estudo mostram que, o aumento da ingestão de açúcar e as elevações da glicose no sangue, podem causar o acúmulo de placas amiloides no cérebro, sendo essa substância um considerável fator risco para o diagnóstico do Alzheimer.

O que mostra o estudo?

Os resultados da pesquisa demonstram, por meio de testes com camundongos, que mais placas amiloides se formavam quando a água com açúcar era fornecida em vez da água potável regular. Evidências indicam ainda que elevações no açúcar no sangue aumentavam a produção de beta-amiloide no cérebro.

A descoberta é significativa, de acordo com os cientistas, porque reforça a relação entre excessivo consumo de açúcar e a proliferação da placa amiloide, que é capaz de aumentar o risco de doença de Alzheimer.

Como foi o estudo?

Para entender melhor os resultados desse fenômeno, a equipe de pesquisa identificou um sensor metabólico em neurônios que ligam mudanças no metabolismo com disparo neuronal e produção de beta-amilóide.

Os sensores são conhecidos como canais de potássio sensíveis ao trifosfato de adenosina (ATP) ou canais K ATP. O ATP é uma fonte de energia que todas as células vivas precisam para sobreviver.

Esses canais detectam a quantidade de energia disponível para uma função saudável. A interrupção desses sensores altera a forma como o cérebro funciona normalmente. Usando técnicas genéticas em camundongos, os pesquisadores removeram esses sensores do cérebro e mostraram que a elevação do açúcar no sangue não aumentava mais os níveis de beta-amiloide ou a formação de placas amiloide.

Assim, os pesquisadores exploraram a expressão desses sensores metabólicos no cérebro humano com doença de Alzheimer e novamente descobriram que a expressão desses canais muda com o diagnóstico da doença de Alzheimer.

O procedimento levou os autores do estudo a concluir que esses sensores metabólicos podem desempenhar um papel no desenvolvimento da doença de Alzheimer e, consequentemente, propiciar indicativos para novos tratamentos.