Alzheimer: novo teste com medicamento tem resultado promissor
Teste com medicamento experimental encerra décadas de fracasso no estudo de tratamentos para a demência
Em meio à incessante batalha contra o Alzheimer, um teste com medicamento experimental encerra décadas de fracasso no estudo de tratamentos para a demência.
Capaz de desacelerar os sintomas debilitantes da doença, os testes com o lecanemab mostraram pela primeira vez resultados positivos em voluntários.
A pesquisa, que mostra como a droga retardou o declínio da memória e da agilidade mental em 27% em pacientes com Alzheimer leve, foi divulgada pela revista científica New England Journal of Medicine.
Segundo os dados do estudo, em 18 meses, o lecanameb foi associado a mais depuração de amiloide, proteína que se acumula nos cérebros dos pacientes com Alzheimer, e menos declínio cognitivo.
“Finalmente ganhamos alguma força nesta doença terrível e temida e os anos de pesquisa e investimento finalmente valeram a pena”, comemora Rob Howard, professor de psiquiatria da terceira idade na University College London. Para ele, os resultados foram “maravilhosos e cheios de esperança”.
Apesar dos avanços, isso não significa que o lecanemab seja a cura para a doença, alertam os especialistas. Mas representa uma mudança de jogo só de retardar a progressão do Alzheimer, atrasando a necessidade de cuidados especializados.
Riscos
Apesar dos resultados positivos, os riscos dos eventos adversos preocupam. Exames de imagem mostraram a ocorrência de hemorragias cerebrais em 17% dos participantes e de inchaço cerebral em 13%. Cerca de 6,9% dos voluntários tiveram que deixar os testes por conta desse efeitos colaterais.
Os pesquisadores dizem que serão necessários testes mais longos para determinar a eficácia e segurança do lecanemab.
Futuro da luta contra o Alzheimer
Os desenvolvedores da droga, as empresas farmacêuticas Eisai e Biogen, planejam solicitar permissão para autoridades de saúde de alguns países pelo mundo. Os dados já estão sendo avaliados por órgãos reguladores dos EUA, que em breve decidirão se o lecanemab pode ser aprovado para uso mais amplo.