Alzheimer pode ser detectado 20 anos antes dos primeiros sintomas

Saiba mais sobre esta descoberta impressionante!

07/11/2023 05:40

Novas descobertas no campo da neurociência colocam luz sobre possíveis formas de detectar precocemente a doença de Alzheimer.

De acordo com um estudo recente conduzido pelo Instituto Karolinska, na Suécia, é possível identificar alterações no metabolismo das células cerebrais até duas décadas antes do início dos sintomas da doença.

Alzheimer pode ser detectado 20 anos antes dos primeiros sintomas
Alzheimer pode ser detectado 20 anos antes dos primeiros sintomas - iSTock

Alzheimer pode ser detectado 20 anos antes dos primeiros sintomas

A pesquisa, publicada na revista Molecular Psychiatry, sugere que o aumento na atividade das mitocôndrias – a “usina de energia” das células – pode servir de indicativo para o diagnóstico precoce da doença.

Segundo o estudo, com o passar do tempo, o metabolismo no cérebro de pacientes com Alzheimer tende a diminuir, o que contribui para a degradação das conexões neuronais ou sinapses.

Este fenômeno também foi observado em camundongos que foram induzidos a desenvolver a condição em um estágio avançado da vida. Porém, nos primeiros estágios da doença, a tendência é que ocorra um aumento do metabolismo mitocondrial, o que é um indício importante para a detecção precoce.

Por que é importante um diagnóstico precoce do Alzheimer?

Os sintomas da doença de Alzheimer geralmente começam a aparecer 20 anos após o início das alterações metabólicas no cérebro.

“É fundamental a detecção precoce, especialmente considerando os medicamentos retardantes que estão sendo disponibilizados. As alterações metabólicas podem ser um fator diagnóstico importante”, afirma Per Nilsson, do Departamento de Neurobiologia, Ciências do Cuidado e Sociedade do Instituto Karolinska.

Como foi feita a pesquisa?

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores contaram com uma técnica de sequenciamento de RNA que permitiu analisar a atividade genética nas células do hipocampo – parte do cérebro relacionada à memória – durante diferentes estágios da doença.

Eles também utilizaram microscopia eletrônica entre outras técnicas para estudar as modificações nas sinapses entre os neurônios.

Quais são os próximos passos da pesquisa?

A equipe de pesquisa pretende aprofundar ainda mais os estudos sobre o papel das mitocôndrias e da autofagia no desenvolvimento da doença de Alzheimer.

“Essas descobertas destacam a importância de manter as mitocôndrias funcionais e o metabolismo normal das proteínas. Em breve, iremos testar em ratos se novas moléculas que estabilizam a função mitocondrial e autofágica podem retardar a doença”, concluiu Nilsson.

Essas descobertas podem ser um avanço substancial na luta contra o Alzheimer, porém, ainda são necessários mais estudos e testes para confirmar a eficácia desse novo marcador para o diagnóstico precoce da doença.