Ansiedade afeta grande parte da população LGBT+ no Brasil
Relatório revela que ansiedade e depressão são mais frequentes entre pessoas LGBTQIA+ do que entre heterossexuais
A pesquisa “Tensões Culturais 2023”, conduzida pela Quiddity, analisou o sentimento de desconexão presente nos brasileiros e em outros três países latino-americanos. O estudo apontou uma realidade preocupante para a população LGBTQIA+, que enfrenta desafios significativos relacionados à saúde mental. Entre os principais problemas estão a ansiedade, a depressão e as crises de pânico, que afetam essa comunidade em proporções maiores do que entre os heterossexuais.

Altos índices de ansiedade e depressão
Os dados do levantamento mostram que metade das pessoas LGBTQIA+ no Brasil sofre de ansiedade, enquanto 24% enfrentam depressão e 15% lidam com crises de pânico. Quando comparados com a população heterossexual, esses números são significativamente mais altos, pois entre os heterossexuais os índices são de 34% para ansiedade, 15% para depressão e 6% para crises de pânico. Esse quadro ressalta a importância de políticas públicas voltadas para a saúde mental da comunidade LGBTQIA+.
Impacto de questões pessoais, profissionais e políticas
A pesquisa também revela que 65% das pessoas LGBTQIA+ manifestaram sentimentos negativos durante o ano de 2022 devido a fatores pessoais, profissionais e financeiros. Além disso, um terço desse grupo apontou que o contexto político foi uma das principais causas desses sentimentos. Esse dado reforça a necessidade de um ambiente mais inclusivo e de políticas que garantam maior segurança e estabilidade para essa população.
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Mudança de governo e expectativas para o futuro
O estudo mostrou que a transição governamental no Brasil trouxe esperança para a comunidade LGBTQIA+. De acordo com a pesquisa, 84% dos entrevistados LGBTQIA+ acreditavam que 2023 seria um ano melhor para eles, enquanto 73% confiavam que o país passaria por melhorias. Em contraste, apenas 43% dos heterossexuais demonstraram o mesmo otimismo. Esses números sugerem que o governo pode desempenhar um papel essencial na percepção de segurança e inclusão dessa população.

A epidemia da ansiedade e seus reflexos sociais
Segundo Rebeca Gharibian, Managing Director da Quiddity, a ansiedade tem impactado de forma generalizada a sociedade, mas com um peso maior sobre grupos mais vulneráveis, como mulheres, LGBTQIA+ e jovens com menos de 24 anos.
O estudo também apontou que a ansiedade está presente em todas as classes sociais. Na população das classes ABC, mais de um terço das pessoas se declararam ansiosas. Quando considerados aqueles que não possuem transtornos de ansiedade, mas convivem com quem tem, esse percentual sobe para dois terços. Esses dados evidenciam que a chamada “epidemia da ansiedade”, reconhecida pela OMS desde 2019, segue sendo uma realidade para uma grande parcela da população brasileira.
O levantamento da Quiddity reforça a urgência de iniciativas que promovam o bem-estar mental e social da população LGBTQIA+, garantindo direitos e suporte adequado para minimizar os impactos desses desafios diários.