Anvisa proíbe o chip da beleza; entenda o que motivou a decisão

A Agência alerta que a falta de garantia da qualidade, eficácia e segurança desses produtos pode gerar efeitos indesejáveis e até eventos graves

Por Silvia Melo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
21/10/2024 12:00

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu recentemente os implantes hormonais manipulados, conhecidos como chips da beleza.

O dispositivo, que ganhou popularidade por ser anunciado como uma solução para perda de peso, ganho de massa muscular e melhoria estética, estava sendo alvo de denúncias por parte de entidades médicas. 

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) foi uma das entidades denunciantes que apontam um crescimento do atendimento de pacientes com problemas devido ao uso desses dispositivos.

O que é o chip da beleza?

O “chip da beleza” é, na verdade, um implante hormonal utilizado inicialmente para tratamento de condições médicas específicas, como a endometriose e menopausa.

Ele contém substâncias como o gestrinona, um hormônio sintético que regula a produção de estrogênio e progesterona.

No entanto, o uso desse dispositivo foi amplamente difundido no mercado estético como uma solução para emagrecimento e ganho de massa muscular, o que gerou uma demanda crescente entre pessoas interessadas em melhorar a aparência física.

Anvisa proíbe chip da beleza
Anvisa proíbe chip da beleza - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Riscos graves

Ao anunciar a decisão, a Anvisa alertou sobre falta de garantia da qualidade, eficácia e segurança desses produtos pode gerar efeitos indesejáveis e até eventos graves.

Dentre as principais complicações observadas em pacientes que fazem uso destes implantes manipulados estão: elevação de colesterol e triglicerídeos no sangue (dislipidemia), hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e arritmia cardíaca.

Além disso, segundo a Anvisa, também pode ocorrer crescimento excessivo de pelos em mulheres, queda de cabelo, acnes, alteração na voz, insônia e agitação.

Com a nova resolução, a Anvisa pede aos pacientes que fazem uso destes produtos a procurarem seus médicos para orientação em relação ao tratamento.

Qualquer paciente que venha a ter reações pelo uso deste tipo de produto, deve fazer uma notificação ao órgão.