Aprovada pela Anvisa, nova redução de estômago já é feita em SP
Uma nova opção de cirurgia de redução do estômago promete ser mais simples, eficaz e barata.
A gastroplastia endoscópica, que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim de 2016, diminui entre 50% a 60% do estômago.
Nessa cirurgia não é necessário realizar cortes, diferente da bariátrica habitual. Um endoscópio, que possui uma câmera e uma espécie de grampeador na ponta, é introduzido pela boca do paciente até o estômago.
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A operação leva cerca de uma hora e o órgão é “grampeado” para diminuir seu tamanho. São trinta minutos a menos que a cirurgia tradicional e, apesar de também ser feita com anestesia geral, os riscos pós-operatórios são menores e a recuperação mais rápida.
A pessoa recebe alta no dia e pode retomar as atividades em até uma semana, na bariátrica tradicional são cerca de 4 dias de internação após o procedimento e entre 15 e 30 dias de repouso.
A cirurgia também não é restrita a pacientes com obesidade mórbida. Quem tem grau I ou II da doença ou índice de massa corporal (IMC) a partir de 30 já pode se candidatar para passar pelo procedimento.
A técnica foi criada há 5 anos pelo endoscopista bariátrico Manoel dos Passos Galvão Neto, com ajuda de uma equipe de 7 médicos de outros países, na Florida International University, em Miami, e no Hospital Universitário Sanchinarro, em Madri.
Desde então, cerca de 2000 cirurgias foram realizadas em 12 países. O primeiro procedimento realizado no Brasil foi em janeiro deste ano, após a liberação da Anvisa.
“Infelizmente, temos uma regulação burocrática e lenta por aqui”, diz Galvão Neto em entrevista à revista Veja.
A operação foi realizada no centro cirúrgico da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), que abriu inscrição para voluntários que quisessem realiza-la.
Ainda há 20 voluntários esperando para fazer o procedimento na FMABC e médicos do Hospital 9 de Julho estão em treinamento para começar a fazê-lo partir de abril deste ano.
Estima-se que o valor para realizar a intervenção será de 17 mil reais, 30% a menos que o custo da convencional. “Nossa ideia também é levar a cirurgia à rede pública”, disse à Veja Eduardo Grecco, coordenador do serviço de endoscopia da FMABC.
A disponibilização do procedimento vai depender de liberação do Sistema Único de Saúde (SUS).