Aprovado primeiro teste de Papanicolau caseiro; saiba como funciona
Novidade representa um marco na medicina preventiva feminina, ao facilitar o acesso ao diagnóstico precoce
Pela primeira vez, os Estados Unidos aprovaram um exame de Papanicolau que pode ser feito em casa, sem a necessidade de visitar clínicas ou consultórios ginecológicos. A inovação foi autorizada pela FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora de medicamentos e alimentos, e promete revolucionar o rastreamento do câncer do colo do útero, uma das doenças mais incidentes entre mulheres.
O dispositivo, desenvolvido pela empresa Teal Health, é enviado pelo correio e vem acompanhado de um manual explicativo. A coleta é simples: uma esponja parecida com um cotonete é passada na região íntima para coletar amostras de células do colo do útero. O material, então, é enviado de volta a um laboratório credenciado, e os resultados ficam disponíveis online.
Além da praticidade, o exame mantém a segurança e eficácia do procedimento tradicional. Um estudo realizado nos EUA apontou que a autoamostragem é tão eficaz quanto o exame feito em consultório, além de aumentar a adesão das mulheres aos cuidados preventivos. A maioria das participantes relatou preferir o autoexame, destacando a comodidade e a privacidade como fatores decisivos.
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Após solicitar o exame online, a paciente passa por uma consulta de telemedicina antes de receber o kit. Caso o resultado apresente alguma anormalidade, a mulher é encaminhada para avaliação presencial.

Por que essa inovação é importante?
O Papanicolau é essencial para identificar lesões precoces no colo do útero, que podem evoluir para câncer. Nos EUA, cerca de 13 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo do útero por ano, com uma taxa de mortalidade de aproximadamente 30%. A expectativa é que a possibilidade de realizar o exame em casa aumente significativamente a taxa de detecção precoce da doença.
No Brasil, o câncer de colo do útero é o terceiro mais comum entre mulheres, com cerca de 17 mil novos casos por ano, segundo o Ministério da Saúde. Embora o autoexame ainda não esteja disponível no país, o SUS iniciou recentemente a implementação de um teste molecular mais avançado, que detecta a presença do HPV (papilomavírus humano), principal causador da doença. No entanto, esse novo teste ainda exige coleta em ambiente clínico.

Próximos passos
A Teal Health planeja iniciar a distribuição do teste caseiro pela Califórnia e, posteriormente, expandir para outros estados dos EUA. Ainda não há previsão de lançamento internacional, mas o sucesso da iniciativa pode inspirar a adoção de modelos semelhantes em outros países.
Essa novidade representa um marco na medicina preventiva feminina, ao facilitar o acesso ao diagnóstico precoce de uma das doenças mais letais e silenciosas que afetam as mulheres. A expectativa é de que, com mais autonomia e menos barreiras, mais vidas possam ser salvas por meio da prevenção.