As estratégias para identificar gordura no fígado
Alimentação saudável e exercícios físicos são aliados essenciais na prevenção da esteatose hepática
A esteatose hepática, ou doença hepática gordurosa, é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado. Essa condição é bastante comum nos países ocidentais e, se não for tratada adequadamente, pode evoluir para complicações mais graves, comprometendo a saúde do fígado e aumentando o risco de doenças severas.

Progressão e riscos da esteatose hepática
A esteatose pode ser dividida em dois tipos principais: a alcoólica, provocada pelo consumo excessivo de álcool, e a não alcoólica (EHNA), associada a fatores como obesidade, resistência à insulina e hábitos alimentares inadequados. Em alguns casos, a gordura acumulada pode levar à inflamação do fígado, um quadro conhecido como esteatohepatite.
Estudos indicam que cerca de 20% dos pacientes com esteatohepatite podem evoluir para cirrose hepática, uma condição em que o fígado sofre danos irreversíveis e tem sua função comprometida. Além disso, a cirrose aumenta significativamente o risco de desenvolver câncer de fígado (hepatocarcinoma), um dos tipos mais letais da doença no Brasil, com uma taxa de mortalidade de 4,33 pessoas a cada 100 habitantes.
Principais causas da doença
A gordura no fígado pode ter diferentes origens. No caso da esteatose hepática alcoólica, o principal fator desencadeante é o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Já a esteatose hepática não alcoólica está frequentemente associada ao sobrepeso, diabetes tipo 2, sedentarismo e dietas ricas em alimentos ultraprocessados. Independentemente da causa, o acúmulo de gordura afeta o funcionamento do fígado e compromete a saúde do organismo como um todo.

Estratégias para reduzir a gordura no fígado
1. Alimentação Saudável
Adotar uma dieta equilibrada é essencial para reverter a esteatose. O consumo de gorduras saudáveis, como aquelas presentes no azeite de oliva, peixes, nozes e sementes de linhaça, deve ser incentivado, enquanto gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados devem ser evitados. Além disso, a redução do açúcar refinado, encontrado em refrigerantes e doces, também contribui para a melhora da função hepática.
2. Controle do peso corporal
O excesso de peso, especialmente a gordura visceral, é um fator de risco para a esteatose. A perda gradual de peso, entre 5% e 10% do peso corporal total, pode reduzir significativamente a gordura acumulada no fígado e melhorar sua saúde.
3. Exercícios físicos regulares
A prática de atividades físicas auxilia na queima de gordura, melhora a sensibilidade à insulina e reduz a inflamação hepática. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 150 a 300 minutos de exercício moderado por semana, como caminhadas, corrida, ciclismo e musculação.
4. Redução ou eliminação do álcool
O álcool pode agravar a esteatose, mesmo em pequenas quantidades. Para preservar a saúde do fígado, evitar ou eliminar o consumo de bebidas alcoólicas é fundamental, principalmente para quem já tem diagnóstico da condição.
5. Controle do diabetes e da resistência à insulina
Manter os níveis de glicose sob controle é crucial para evitar a progressão da esteatose. Seguir orientações médicas, manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos são medidas essenciais para reduzir a resistência à insulina e proteger o fígado.

Fatores de risco e sintomas
Embora a esteatose seja mais comum em pessoas com sobrepeso e idade avançada, outros fatores podem contribuir para seu desenvolvimento, incluindo níveis elevados de triglicerídeos e condições metabólicas associadas ao estilo de vida moderno.
Na maioria dos casos, a doença não apresenta sintomas evidentes, sendo diagnosticada durante exames de rotina. Em estágios mais avançados, podem surgir fadiga, fraqueza, perda de peso, dor abdominal e confusão mental.