Aspirina reduz risco de diabetes em 15%

Novo estudo europeu sugere que aspirina pode prevenir o diabetes tipo 2 em idosos, porém, riscos de sangramento aumentam

Por Thatyana Costa em parceria com João Gabriel Braga (Médico Generalista - CRMGO 28223)
12/09/2024 07:01

Especialistas acreditam que isso ocorre porque a aspirina reduz a inflamação causada pela diabetes
Especialistas acreditam que isso ocorre porque a aspirina reduz a inflamação causada pela diabetes - spxChrome/istock

Um estudo apresentado na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), realizada em Hamburgo, revelou que o uso diário de aspirina pode diminuir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em pessoas com mais de 65 anos. A pesquisa destacou que uma dose diária de 100 mg do medicamento resultou em uma redução de 15% nas chances de desenvolver a doença.

Especialistas acreditam que o benefício ocorre devido à capacidade da aspirina de reduzir a inflamação no corpo, um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. No entanto, médicos alertam para os riscos associados ao uso prolongado da aspirina, especialmente em idosos.

Benefícios e riscos do uso de aspirina

Para chegar a essa conclusão, o estudo envolveu mais de 16 mil participantes saudáveis com 65 anos ou mais. Metade dos voluntários recebeu uma dose de 100 mg de aspirina por dia, enquanto o outro grupo tomou um placebo. Após cinco anos, foi constatado que 459 pessoas que tomaram aspirina desenvolveram diabetes, comparado a 536 no grupo placebo, o que representa uma redução de 15% na incidência da doença.

Entretanto, os pesquisadores também encontraram um risco elevado de sangramento interno entre os que tomavam aspirina diariamente, o que pode trazer complicações graves. Por esse motivo, o uso contínuo da aspirina só deve ser feito sob orientação médica, especialmente em idosos, que já possuem maior risco de sangramentos.

Apesar dos resultados promissores, os cientistas recomendam que mais estudos sejam conduzidos para avaliar o impacto de agentes anti-inflamatórios na prevenção do diabetes e os potenciais riscos do uso prolongado da aspirina.