Aumentam os casos da doença da “urina preta” no Amazonas

Crescimento alarmante de casos da “doença da urina preta” no Amazonas: autoridades de saúde em ação

28/09/2023 13:30

Com um número crescente de casos, a doença de Haff, conhecida popularmente como “doença da urina preta”, acende um alerta em todo o Amazonas. A situação, vigiada de perto pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVSAM), já notificou até o momento 86 ocorrências suspeitas. Somente no mês de setembro, foram 20 registros.

Aumentam os casos da doença da "urina preta" no Amazonas
Aumentam os casos da doença da “urina preta” no Amazonas - iSTock

Aumentam os casos da doença da “urina preta” no Amazonas

A doença de Haff se caracteriza principalmente pela coloração escura da urina, decorrente da liberação de toxinas na corrente sanguínea por lesões musculares, um quadro clínico conhecido como rabdomiólise.

O último balanço do estado, divulgado recentemente, mostra que, dos 86 casos notificados, 49 foram confirmados, 24 descartados e 13 ainda estão em investigação.

Os casos estão distribuídos em municípios como Itacoatiara, Manaus, Manacapuru, Parintins e Nova Olinda do Norte. É importante ressaltar que, até o momento, não houve mortes relacionadas ao surto.

Sobre as origens da doença

A “doença da urina preta” pode ser adquirida pela ingestão de toxinas presentes em peixes e crustáceos. Essas toxinas são provenientes de microalgas e podem suportar altas temperaturas, permanecendo nos alimentos mesmo após o cozimento. Um estudo realizado pela Fiocruz Bahia e divulgado pela revista Lancet Regional Health – Américas reforça essa conclusão.

Quais são os sintomas da doença da urina preta?

Alem da alteração na coloração da urina, outros sintomas podem ocorrer em indivíduos com a doença de Haff, como: dores musculares (mialgia), mal-estar, náuseas, fraqueza muscular, dor abdominal e vômito.

Além da ingestão de peixes e crustáceos contaminados, a rabdomiólise pode ser causada por traumas, atividades físicas excessivas, infecções, consumo excessivo de álcool e outras drogas.

Medidas adotadas pela FVS-AM

Para enfrentar a situação, a FVS-AM organizou uma força-tarefa composta por profissionais de diversos órgãos de saúde, que têm como missão rastrear novos casos suspeitos nos municípios.

Além disso, a fundação destaca que toda a rede de saúde, englobando as unidades privadas e públicas, da capital e do interior do estado, está preparada para realizar o atendimento de casos suspeitos de rabdomiólise.

No Brasil, a doença da urina preta já proporcionou surtos em outros anos e estados, como Amazonas, Bahia e Pará, o que evidencia a necessidade de um contínuo monitoramento das autoridades de saúde locais e de um maior esclarecimento da população sobre as formas de contágio e prevenção.