Autismo: conheça alguns sinais associados ao transtorno

Sensibilidade a cheiros e sons, falta de habilidade social, apego à rotina são alguns dos traços recorrentes do transtorno

Estudos sobre o autismo indicam que, no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas manifestam sinais associados ao transtorno – iStock/Getty

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por três aspectos: comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem. O transtorno atinge de 1% a 2% da população mundial e, no Brasil, aproximadamente dois milhões de pessoas, indicam números recentes sobre o tema.

Marcado por características que podem ser percebidas ainda na infância, o transtorno tende a persistir na adolescência e na idade adulta.

Diagnosticar o transtorno do espectro do autismo (TEA), no entanto, pode ser difícil porque não há nenhum exame médico que indique a condição como um exame de sangue. Por isso os médicos se baseiam no histórico de desenvolvimento e no comportamento da criança.

O que contribui para dois cenários: subnotificação e diagnósticos tardios do transtorno. Isso porque os traços de autismo nem sempre são perceptíveis. Sobretudo quando o indivíduo tem autismo de alto funcionamento ou Transtorno de Asperger, também chamado de TEA de Nível 1 ou grau leve.

Confira alguns sinais de autismo. No entanto, lembre-se que, embora possam compartilhar desafios semelhantes, cada pessoa autista é diferente:

Sinais de autismo em adultos: 

Hipersensibilidade a sons, cheiros e texturas

O autista costuma prestar atenção a certos sons baixos ou contínuos, como o barulho do ar-condicionado, por exemplo, que outras pessoas não colocam tanto atenção. Também são mais sensíveis a cheiros e texturas. Podem, por exemplo, reagir a alimentos com texturas diferentes e a certos tecidos de roupas.

Grande interesse em certos assuntos ou atividades

É comum o autista ter interesses intensos e ser extremamente focado em um assunto específico. Pode ser em música, jogos, tecnologia, personagens, etc. É o que se chama hiperfoco e tende a manifestar-se ainda na infância.

Trabalha melhor sozinho que em equipe

Por dificuldades em interação social, muitos autistas podem preferir ficar sozinhos por boa parte do tempo, inclusive no trabalho. Essa tendência ao isolamento não necessariamente indica que eles não se sintam solitários, apenas funcionam melhor assim. Adultos autistas também necessitam de um tempo sozinhos, que não sejam interrompidos por outras pessoas.

Apego a rotinas

Autistas são apegados a rotinas. Gostam, por exemplo, de seguir a mesma ordem para se arrumar para o trabalho, de seguir os mesmos caminhos, comer as mesmas coisas no café da manhã.

Falta de habilidade social

Geralmente, o autista tende a ter um círculo social limitado e não gosta de participar de reuniões em grupo, ficando muito nervoso nessas situações. Ele se sente sobrecarregado quando exposto a longos períodos de informações sociais e informações sensoriais. Essas experiências costumam ser emocionalmente desgastantes e exaustivas para ele.

Dificuldade de perceber as nuances da entonação de fala de terceiros

Tendem a interpretar tudo ao pé da letra e não percebem ironias ou piadas com duplo sentido. Também não costumam compreender a comunicação não verbal, como gestos, linguagem corporal e expressão facial.

Evita olhar nos olhos

Olhar nos olhos dos outros pode ser para alguns autistas desconfortável e cansativo.

Sinceridade exagerada

O autista tende a ser muito sincero e literal, tendo dificuldade de esconder o que pensa.

Dificuldade de expressar adequadamente suas emoções

Tendem a não demonstrar ou receber afeto com naturalidade. Isso não significa que não tenham afeto, preferências, interesses ou vínculos, só tem limitações. Também não costumam falar de seus sentimentos.