Autismo em adultos: sinais sutis que costumam passar despercebidos

O transtorno do espectro autista pode se manifestar de maneiras sutis em adultos, variando bastante em sintomas e intensidade

Por Clara Figueiredo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
12/05/2025 05:32 / Atualizado em 25/05/2025 17:27

No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas estejam dentro do espectro
No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas estejam dentro do espectro - iStock/ SewcreamStudio

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), geralmente associado à infância, também afeta muitos adultos — frequentemente sem que eles saibam. Isso acontece porque os sinais podem ser confundidos com traços de personalidade ou comportamentos habituais.

Com o tempo, muitas pessoas autistas desenvolvem estratégias para esconder ou disfarçar essas características, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador na vida adulta.

Sinais comuns de autismo em adultos que podem ser ignorados:

  • Desconforto em situações sociais
  • Dificuldade em interpretar expressões faciais, entonações ou gestos
  • Preferência por conversas individuais em vez de interações em grupo
  • Resistência a mudanças e rotinas quebradas
  • Interesse intenso por temas específicos, muitas vezes pouco usuais
  • Sensação de sobrecarga em ambientes com muitos estímulos
  • Dificuldade para manter conversas ou compreender sarcasmo e ironia
  • Fala monótona ou com ritmo diferente do habitual
  • Interpretação literal da linguagem, com dificuldade em compreender metáforas
  • Desequilíbrio entre hobbies intensos e outras responsabilidades do dia a dia

Entendendo o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a linguagem, a socialização e o comportamento. Por ser um espectro, ele se manifesta de formas diferentes em cada pessoa, apesar de haver características comuns.

No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas estejam dentro do espectro. No entanto, esse número ainda é impreciso. Foi apenas no Censo de 2022 que o IBGE começou a incluir perguntas sobre autismo, com o objetivo de gerar dados mais confiáveis.

O diagnóstico precoce é essencial para garantir o acesso a tratamentos que promovam qualidade de vida, independência e inclusão
O diagnóstico precoce é essencial para garantir o acesso a tratamentos que promovam qualidade de vida, independência e inclusão - iStock/ SewcreamStudio

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico precoce é essencial para garantir o acesso a tratamentos que promovam qualidade de vida, independência e inclusão. As abordagens terapêuticas são personalizadas e multidisciplinares, podendo envolver:

  • Psicoterapia
  • Terapia de integração sensorial
  • Uso de medicamentos, em alguns casos específicos

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece suporte e tratamento para pessoas com TEA, através de uma rede de atendimento e acompanhamento.