Autismo virtual: entenda os efeitos do uso excessivo de rede social

Jovens que cresceram com redes sociais têm demonstrado sintomas de "autismo virtual"; entenda a condição

Sinal de alerta: uso exagerado de redes sociais na infância e na adolescência pode ter impactos profundos na saúde mental – iStock/Getty Images
Créditos: iStock/Marizza
Sinal de alerta: uso exagerado de redes sociais na infância e na adolescência pode ter impactos profundos na saúde mental – iStock/Getty Images

O uso excessivo da tecnologia por parte das crianças pode desencadear uma série de consequências nocivas. Uma delas, segundo especialistas, aponta para uma consequência preocupante: o autismo virtual,  quadro com características similares àquelas notadas em quem está no espectro, desenvolvida por pessoas que passam tempo demais nas redes sociais.

Desenvolvido por psicólogos da Universidade da Sunshine Coast, na Austrália, o estudo comparou 200 pessoas que cresceram sem acesso a redes sociais com jovens que têm o acesso às redes rotineiramente.

Em paralelo, os pesquisadores também avaliaram as habilidades dos participantes para identificar expressões faciais. A conclusão foi: jovens que acessam muito o Facebook e o Twitter têm mais dificuldade para reconhecer as emoções corretamente pelas expressões das pessoas.

A condição, explica Rachel Sharman, especialista que participou do estudo, afirmou que o quadro recebeu o nome de autismo virtual. A circunstância se caracteriza por um cenário de acesso excessivo à tecnologia, pouca interação social e baixo aprendizado de competências sociais. Não por acaso, as crianças podem ter dificuldade, no futuro, de identificar as emoções e expressões das pessoas.

A pesquisadora também chama a atenção para uma consequência cada vez observada nos dias atuais: jovens que passam muitas horas nas redes sociais têm menos amigos. “Se tudo o que eles estão tendo são contato com telas, interação humana insuficiente e baixas competências motoras, acabarão tendo problemas”.