Como uma bactéria da boca pode ajudar a combater este câncer

Entenda como uma bactéria pode revolucionar o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, segundo um estudo do King's College London

02/08/2024 20:33

Na Inglaterra, pesquisadores do King’s College London fizeram uma descoberta promissora envolvendo bactérias bucais do gênero Fusobacterium.

Normalmente encontradas na cavidade oral, essas bactérias demonstraram a capacidade de “derreter” células cancerígenas em experimentos de laboratório, apontando para um potencial uso no tratamento do câncer de cabeça e pescoço.

Como as bactérias bucais podem auxiliar no tratamento do câncer?
Como as bactérias bucais podem auxiliar no tratamento do câncer? - iStock/nzfhatipoglu

Como a bactéria ajuda no combate ao câncer de cabeça e pescoço?

Embora a descoberta seja promissora, os cientistas ainda não compreendem completamente os mecanismos pelos quais Fusobacterium combate as células tumorais.

Até o momento, sabe-se que a bactéria libera moléculas tóxicas que podem destruir as células cancerígenas.

No entanto, mais estudos são necessários para entender como essa ação ocorre em um organismo vivo e se pode ser transformada em uma terapia eficaz para pacientes.

Pacientes com mais bactérias têm melhor prognóstico?

Um aspecto interessante revelado pelo estudo, publicado na revista Cancer Communications, é que pacientes com níveis mais elevados de Fusobacterium na boca tendem a responder melhor ao tratamento oncológico.

Essa observação sugere que a presença dessas bactérias pode funcionar como um biomarcador, ajudando a prever a eficácia do tratamento.

Porém, essa correlação precisa de uma investigação mais detalhada para confirmar a sua validade e aplicação clínica.

Quais são os próximos passos?

Embora os resultados de laboratório sejam positivos, os cientistas precisam realizar mais pesquisas antes de usar Fusobacterium como tratamento para o câncer.

Serão necessários ensaios clínicos para confirmar se os efeitos observados em culturas celulares se replicam em pacientes vivos.

Além disso, é crucial investigar qualquer possível efeito adverso, já que a bactéria também está associado à progressão do câncer de intestino.