Bactérias treinadas poderão diagnosticar câncer no corpo
ste avanço inovador na ciência promete revolucionar os diagnósticos futuros e salvar vidas
Uma equipe internacional de cientistas da Austrália e dos Estados Unidos está trabalhando para treinar bactérias para diagnosticar cânceres de difícil acesso.
Tendo conduzido suas experiências em renomadas universidades, Universidade de Adelaide e da Universidade da Califórnia de San Diego, as primeiras aplicações da inovadora técnica resultaram em uma detecção de câncer acertada em 100% dos casos.
Bactérias vão conseguir diagnosticar câncer no corpo
Publicado na prestigiosa revista científica Science, o estudo usou a bactéria chamada Acinetobacter baylyi (A. baylyi), conhecida por coletar amostras do ambiente e integrá-las ao seu próprio DNA.
Utilizando técnicas de engenharia genética, a equipe de pesquisa programou a bactéria para detectar o gene KRAS mutado, geralmente associado a casos de câncer colorretal, além de outros tipos como pulmão e pâncreas.
Como isso foi feito?
A bactéria foi programada para ativar um mecanismo interno de resistência a um antibiótico específico ao detectar o gene KRAS mutado.
Depois de administrar a bactéria em camundongos, os pesquisadores coletaram amostras do microrganismo nas fezes dos animais e as analisaram em um local com o medicamento.
A ideia era que a bactéria se tornasse resistente se encontrasse os genes indicadores de câncer, permitindo confirmar a presença do tumor ao analisar a resposta do microrganismo ao antibiótico.
Quão efetivo é o método?
Com os resultados do estudo preliminar, a eficácia da técnica, chamada de “CATCH”, foi incrivelmente alta – 100% de precisão na detecção de câncer em modelos de camundongos.
A professa Susan Woods, da Universidade de Adelaide, acredita que o CATCH tem potencial para detectar câncer colorretal precocemente, evitando, assim, muitas mortes futuras.
O que vem a seguir?
No entanto, é importante lembrar que este estudo ainda está em seus estágios iniciais. Depois de ser bem sucedida em experimentos pré-clínicos com animais de laboratório, a próxima etapa é evoluir para testes clínicos em humanos para avaliar a segurança e a eficácia da técnica.
Dan Worthley da Universidade de Adelaide, acredita que há potencial para expandir sua aplicação além dos diagnósticos de câncer no futuro.
Em palavras de Dan Worthley: “No futuro, detectaremos e preveniremos muitas doenças, incluindo o câncer de intestino, com células, não com drogas.”