Baixa índice de vacinação faz casos de caxumba aumentar no país
Imunização contra a doença tem atingido níveis abaixo do índice recomendado, que é de 95%
Depois do sarampo, agora é a vez da caxumba avançar e assustar a população de várias regiões do país. O aumento do número de casos da doença está associado à queda da vacinação.
A doença que já foi considerada “da infância”, é hoje mais comum em uma faixa etária diferente, entre pessoas entre 15 e 30 anos, que possivelmente não foram vacinadas quando crianças.
Todas as pessoas devem tomar duas doses da tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) durante a vida. A vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e pode ser tomada em qualquer posto de saúde gratuitamente.
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A caxumba ficou muito tempo desaparecida, mas, segundo o Ministério da Saúde, voltou a assustar os brasileiros por causa da imunização que tem atingido níveis abaixo do índice recomendado, que é de 95%.
O que é a caxumba?
A caxumba é uma infecção viral aguda e contagiosa. Pode atingir qualquer tecido glandular e nervoso do corpo humano, mas é mais comum afetar as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido.
A caxumba, também conhecida como Papeira, é uma doença de distribuição universal, de alta morbidade e baixa letalidade, aparecendo sob a forma endêmica ou surtos.
Normalmente, a caxumba tem evolução benigna, mas em alguns raros casos pode apresentar complicações resultando em internações e até mesmo em morte.
Como a caxumba é transmitida?
A caxumba é causada por vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus. A transmissão ocorre por via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Já a transmissão indireta é menos frequente, mas pode ocorrer pelo contato com objetos e/ou utensílios contaminados com secreção do nariz e/ou boca.
O período de incubação (até o aparecimento dos sintomas) é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. Já o período de transmissibilidade da doença varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus da caxumba pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da doença.
Quais são os sintomas da caxumba?
O principal e mais comum sintoma da caxumba é o aumento das glândulas salivares, acompanhado de febre. Cerca de 30% das infecções podem não apresentar aumento aparente dessas glândulas.
É comum que a infecção em homens adultos prove orquite (inflamação nos testículos) e mastite (infecção do tecido mamário) nas mulheres. Em um terço dos casos, a infecção não apresenta sintomas (assintomática) e adquire maior gravidade após adolescência, sendo a meningite e a epidídimoorquite duas importantes manifestações e complicações da doença, mas que geralmente não deixam sequelas.
Em menores de 5 anos de idade, são comuns sintomas das vias respiratórias e perda neurosensorial da audição. Outras complicações são encefalite e pancreatite. Não há relato de óbitos relacionados à parotidite. Além disso, a ocorrência da caxumba durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo.
Os principais sintomas da caxumba são:
Inchaço e dor nas glândulas salivares, podendo ser em ambos os lados ou em apenas um deles.
- Febre
- Dor de cabeça
- Fadiga e fraqueza
- Perda de apetite
- Dor ao mastigar e engolir.
Como é o tratamento da caxumba?
O tratamento da caxumba é baseado nos sintomas clínicos do paciente, com adequação da hidratação e alimentação, já que esses pacientes aceitam mal alimentos ácidos, que podem ocasionar dor, náuseas e até vômitos. Além disso, a boa higiene bucal é fundamental.
Por ser uma infecção viral, a caxumba é tratada naturalmente pelo organismo. A indicação é apenas de repouso, medicamentos para dor e temperatura e observação cuidadosa para a possibilidade de aparecimento de complicações. Nos casos que cursam com meningite asséptica, o tratamento também é sintomático. Nas encefalites, a orientação é tratar o edema cerebral e manter as funções vitais.
Felizmente, a maioria dos casos da caxumba tem recuperação natural e progressiva, sem grandes complicações, em até duas semanas. O médico deve ser sempre consultado em caso de dúvidas ou surgimento de outros sintomas.
Como é feito o diagnóstico da caxumba?
O diagnóstico da caxumba é basicamente clínico, com avaliação médica nas glândulas. Para confirmar, o profissional de saúde pode coletar uma amostra de sangue para confirmar a presença do vírus.
A confirmação laboratorial da caxumba vem no resultado desse exame de sangue, que apresenta anticorpos contra o paramixovírus, responsável por causar a doença.
Dessa forma, é possível excluir com certeza a hipótese de outras enfermidades ou doenças que tenham sintomas parecidos.
Como prevenir a caxumba?
A vacinação é a única maneira de prevenir a caxumba. O Sistema Único de Saúde oferta gratuitamente as vacinas Tríplice Viral, que protegem contra sarampo, caxumba e rubéola, e Treta Viral, que adiciona a proteção contra varicela (catapora).
Adultos que não foram infectados pelo vírus da caxumba na infância ou na adolescência têm indicação de ser imunizados, com exceção de gestantes e imunodeprimidos graves.