Banho quente pode comprometer a saúde da pele, revela estudo
Apesar de parecer um hábito inofensivo, o banho quente, quando frequente e prolongado, pode comprometer a função de proteção da pele

Para muitos, o banho quente representa um momento de conforto e relaxamento. No entanto, por trás do prazer imediato da água aquecida há efeitos colaterais que, com o tempo, podem comprometer a integridade da pele.
Diversos dermatologistas alertam sobre os riscos de tornar os banhos muito quentes uma prática diária. Uma dessas evidências vem de um estudo clínico publicado em 2022 no International Journal of Cosmetic Science, que analisou os efeitos da temperatura da água sobre a barreira cutânea de indivíduos saudáveis.
A pesquisa avaliou 50 voluntários submetidos a imersão das mãos em água fria (15°C), morna (38°C) e quente (44°C) por 10 minutos.
Os resultados foram claros: a exposição à água quente elevou significativamente a perda de água transepidérmica (TEWL), um indicador direto de dano à barreira cutânea.
Após o banho quente, a TEWL mais do que dobrou, passando de cerca de 25,8 para 58,6 g/h·m², o que sugere que a pele se torna muito mais permeável e vulnerável à desidratação. Além disso, observou-se aumento do pH da pele — de 6,33 para 6,65 —, o que prejudica o chamado “manto ácido”, essencial na defesa contra microrganismos e inflamações. Também foi registrada uma elevação significativa no eritema (vermelhidão), sinal de resposta inflamatória.

A explicação científica para esses efeitos está na ação da água quente sobre os lipídios e proteínas da camada córnea da pele, responsáveis por manter a hidratação e impedir a entrada de agentes irritantes. O calor excessivo desorganiza essa estrutura, removendo o sebo natural e facilitando a evaporação da água. A consequência disso é uma pele mais seca, sensível e suscetível a doenças dermatológicas como dermatite atópica, psoríase, eczema e até urticária induzida por calor.
Como evitar que o banho quente prejudique a pele?
Apesar de parecer um hábito inofensivo, o banho quente, quando frequente e prolongado, pode comprometer a função de barreira da pele.
Especialistas recomendam que a temperatura da água seja morna — próxima à corporal, em torno de 36 a 37°C — e que a duração do banho não ultrapasse 10 minutos. Também é aconselhável usar sabonetes suaves, com pH neutro ou levemente ácido, e aplicar hidratantes logo após o banho, ainda com a pele úmida, para ajudar a reter a umidade.
Em um país como o Brasil, onde as temperaturas variam bastante e o banho diário faz parte da cultura, a conscientização sobre esses cuidados pode evitar complicações futuras. O banho pode continuar sendo um momento de prazer — desde que equilibrado com o respeito às necessidades da pele.
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