Por que, segundo especialistas, esta bebida ajuda a prevenir o Parkinson
Estudo revela que, quanto maiores os níveis de substância encontrada em bebida, menor era o risco de desenvolver a doença
Um estudo recente, publicado na renomada revista Neurology, trouxe novas perspectivas sobre como um hábito comum pode proteger o cérebro. Pesquisadores de diferentes partes do mundo uniram esforços para investigar a relação entre o consumo de café e a menor probabilidade de desenvolver a doença de Parkinson.
A pesquisa, baseada em dados de mais de 184 mil pessoas acompanhadas por uma média de 13 anos, revelou um padrão intrigante: aqueles que consumiam café regularmente apresentavam um risco significativamente menor de serem diagnosticados com Parkinson, em comparação com os que evitavam a bebida.
Qual a relação entre a bebida e o Parkinson?
Os cientistas foram além das estatísticas tradicionais: analisaram amostras sanguíneas de centenas de pacientes com Parkinson, medindo os níveis de cafeína e seus metabólitos, como paraxantina e teofilina. Surpreendentemente, encontraram uma associação inversa clara: quanto maiores os níveis dessas substâncias, menor era o risco de desenvolver a doença.
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Embora a ligação entre café e Parkinson não seja novidade, este estudo inova ao explorar biomarcadores da ingestão de cafeína muitos anos antes do diagnóstico.
Os resultados mostram que o quartil superior de consumidores de café tinha 40% menos probabilidade de desenvolver Parkinson em comparação aos não consumidores. Dependendo do país, essa redução de risco variava entre 5% e 63% entre os participantes do estudo.
Desafios e hipóteses
Apesar dos resultados promissores, os cientistas ressaltam que ainda não há provas definitivas de que o café seja uma “cura milagrosa”. Fatores como tabagismo e consumo de álcool foram controlados na análise, mas a relação direta de causa e efeito permanece incerta. A hipótese predominante é que a cafeína contribua para manter o fluxo de dopamina no cérebro – uma substância essencial que diminui drasticamente em pessoas com Parkinson devido à morte de neurônios na substância negra.
“Os efeitos neuroprotetores observados estão em linha com nossas descobertas, que apontam para uma relação inversa entre cafeína, paraxantina, teofilina e a incidência da doença de Parkinson”, afirmam os autores do estudo.
Entendendo o Parkinson
O Parkinson é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta o sistema nervoso central, causando tanto sintomas motores quanto não motores. Entre os sinais mais conhecidos estão tremores em repouso, rigidez muscular, lentidão de movimentos (bradicinesia) e dificuldades de equilíbrio.
Além disso, os pacientes frequentemente enfrentam desafios não motores, como depressão, distúrbios do sono, problemas cognitivos e alterações no sistema nervoso autônomo. A ciência ainda busca compreender completamente as causas do Parkinson, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem papéis cruciais. Exposições a toxinas, por exemplo, são frequentemente apontadas como potenciais gatilhos.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de Parkinson baseia-se principalmente na análise clínica dos sintomas. Embora exames de imagem e testes laboratoriais sejam utilizados para descartar outras condições, ainda não há um teste específico que confirme o diagnóstico com 100% de certeza.