Bigorexia: conheça o transtorno que causa obsessão em jovens

A conscientização sobre a bigorexia é essencial para identificar precocemente sinais do transtorno e buscar ajuda profissional

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
10/03/2025 19:35 / Atualizado em 23/03/2025 20:45

A bigorexia, também conhecida como vigorexia ou transtorno dismórfico muscular, é uma condição psicológica caracterizada pela obsessão na autoimagem, em alcançar um corpo extremamente musculoso e forte. 

Os sintomas do transtorno chamado de bigorexia
Os sintomas do transtorno chamado de bigorexia - iStock/Nikolas_jkd

Indivíduos afetados por esse transtorno possuem uma percepção distorcida de sua própria imagem corporal, vendo-se como fracos ou insuficientemente musculosos, mesmo quando já possuem uma musculatura bem desenvolvida.

Quais são os principais sintomas da bigorexia?

Os sintomas da bigorexia incluem:

  • Prática excessiva e intensa de exercícios físicos, frequentemente ignorando sinais de fadiga ou lesões;
  • Preocupação obsessiva com a alimentação, adotando dietas restritivas focadas no aumento de massa muscular;
  • Uso indiscriminado de suplementos alimentares e esteroides anabolizantes para acelerar o ganho muscular;
  • Insatisfação constante com a própria aparência, levando a sentimentos de inferioridade, ansiedade e depressão;
  • Isolamento social, evitando situações que possam expor o corpo ou interferir na rotina de exercícios e dieta.

Esses comportamentos podem resultar em consequências graves para a saúde física e mental, como lesões musculares, problemas hepáticos e renais, além de transtornos psicológicos.

Quais são as possíveis causas da bigorexia?

As causas da bigorexia são multifatoriais e podem incluir:

  • Influência sociocultural: a pressão para atingir padrões estéticos idealizados pela sociedade e amplificados pelas redes sociais pode contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
  • Fatores psicológicos: baixa autoestima, perfeccionismo e tendências obsessivo-compulsivas são frequentemente associados à bigorexia.
  • Fatores biológicos: alterações nos neurotransmissores do sistema nervoso central podem estar relacionadas ao surgimento do transtorno.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da bigorexia é clínico e envolve uma avaliação detalhada dos sintomas apresentados pelo indivíduo. Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, utilizam critérios diagnósticos específicos para identificar o transtorno dismórfico muscular. É essencial que o diagnóstico seja realizado precocemente para evitar complicações mais graves.

O tratamento da bigorexia geralmente envolve terapias cognitivo-comportamentais, eficazes para ajudar o indivíduo a reconhecer e modificar padrões de pensamento distorcidos relacionados à imagem corporal.

Além disso, em casos que envolvem uso de substâncias como esteroides anabolizantes, pode ser necessário um acompanhamento médico para tratar possíveis complicações físicas.

O apoio de familiares e amigos é fundamental durante o processo de recuperação, proporcionando um ambiente acolhedor e compreensivo.

Como prevenir a bigorexia em jovens?

  • Promover uma imagem corporal positiva: incentivar a aceitação e valorização do próprio corpo, destacando habilidades e características além da aparência física.
  • Educar sobre os riscos do uso de substâncias: informar sobre os perigos associados ao uso de esteroides anabolizantes e outros suplementos sem orientação profissional.
  • Fomentar hábitos saudáveis: estimular a prática de atividades físicas de forma equilibrada e prazerosa, sem excessos ou pressões estéticas.
  • Limitar a exposição a padrões irreais: orientar sobre o uso consciente das redes sociais e a não comparação com padrões de beleza inatingíveis.