Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de autismo, aponta IBGE
Crianças e adolescentes concentram os maiores índices na pesquisa divulgada pelo IBGE
O Censo Demográfico 2022 revelou, pela primeira vez, um retrato nacional do autismo no Brasil. Segundo o IBGE, 2,4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o equivalente a 1,2% da população.
A maioria é do sexo masculino (1,5% dos homens contra 0,9% das mulheres), com destaque para a faixa etária entre 5 e 9 anos, onde a prevalência chega a 2,6%.
Diagnóstico mais comum entre meninos e crianças
Crianças e adolescentes concentram os maiores índices. Meninos de 5 a 9 anos lideram, com 3,8% diagnosticados com TEA. Em comparação, entre meninas da mesma faixa, o índice é de 1,3%. Em todas as faixas até 44 anos, a prevalência é maior entre homens.
Diferença entre regiões e grupos raciais
A presença do autismo foi relativamente equilibrada entre as regiões. O Sudeste reúne o maior número absoluto de diagnósticos (1 milhão), seguido por Nordeste (633 mil) e Sul (348,4 mil). Por raça/cor, o maior percentual foi entre brancos (1,3%) e o menor entre indígenas (0,9%).
Educação: maior taxa de escolarização entre autistas
Apesar dos desafios, pessoas com autismo apresentam maior taxa de escolarização (36,9%) do que a média da população (24,3%). Essa diferença é explicada pela concentração de autistas em idade escolar. Entre os homens com TEA, 44,2% estavam estudando, frente a 24,7% do total masculino.
Mais de 70% dos estudantes com autismo estão entre 6 e 14 anos, e dois terços frequentam o ensino fundamental. Apenas 0,8% dos universitários têm diagnóstico de TEA, o que revela dificuldades de permanência no ensino superior.
Escolaridade ainda é desafio
Quase metade (46,1%) das pessoas com autismo com 25 anos ou mais têm, no máximo, o fundamental incompleto — índice maior que o da população geral (35,2%). Em níveis mais altos de escolaridade, os percentuais são menores entre autistas.
Dados inéditos
Esta é a primeira vez que o Censo investiga o autismo, por meio de declaração do diagnóstico por um profissional de saúde. Os dados estão disponíveis por sexo, idade, raça, escolaridade e em recortes geográficos detalhados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA e Panorama do Censo.
Obesidade e transtornos mentais vão atingir mais de 1 bilhão de adolescentes até 2030
Uma nova análise da Comissão Lancet sobre saúde e bem-estar de adolescentes, divulgada na última terça-feira, 20, alerta que um em cada quatro jovens no mundo corre o risco de desenvolver obesidade ou transtornos mentais até 2030. O relatório atualiza dados de 2016 e mostra que pouco avançou na última década.
Quase 1,1 bilhão de adolescentes seguem expostos a problemas de saúde evitáveis, como HIV, depressão, má nutrição e gravidez precoce. Entre os fatores agravantes estão a pandemia, as mudanças climáticas e os impactos do ambiente digital.