Brasil inicia produção nacional de insumos para terapias CAR-T

Passo essencial para ganhar autonomia e reduzir custos no tratamento personalizado da doença

Avanços na luta contra o câncer se aproximam no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última quarta-feira, 27, uma nova rodada de pesquisas com a técnica CAR-T, um método revolucionário que utiliza as células de defesa do próprio paciente para combater a doença. Os ensaios clínicos envolverão 81 voluntários nos próximos meses.

Brasil inicia produção nacional de insumos para terapias CAR-T
Créditos: iSTock
Brasil inicia produção nacional de insumos para terapias CAR-T

Brasil vai produzir insumos para terapias CAR-T?

Além da autorização para as pesquisas, a Anvisa também permitiu que parte dos insumos necessários para a realização da terapia CAR-T sejam produzidos no Brasil.

Isso representa um passo essencial para que o país ganhe autonomia em relação a essa técnica, atualmente dependente do transporte das células dos pacientes para o exterior.

Como a produção nacional de insumos para terapias CAR-T impactará o tratamento do câncer no Brasil?

A decisão da Anvisa beneficia diretamente o Hemocentro de Ribeirão Preto, a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan, todos envolvidos nas pesquisas de CAR-T no Brasil. Com a autorização, essas instituições terão a capacidade de criar os insumos necessários para a realização da terapia.

O Núcleo de Terapia Avançada (Nutera), situado em Ribeirão Preto, será responsável por fornecer insumos para as terapias celulares avançadas, como as células CAR-T.

Dimas Covas, diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto, acredita que essa é uma etapa crucial para o crescimento da terapia no Brasil.

O que é a terapia CAR-T e como ela funciona?

A terapia CAR-T modifica as células de defesa do paciente em um laboratório, treinando-as para combater o câncer de maneira personalizada.

O método já entregou resultados impressionantes: em testes no Brasil, um paciente com câncer terminal entrou em remissão em apenas um mês após receber o tratamento.

Atualmente, as células dos pacientes precisam ser enviadas para a Europa ou os Estados Unidos para que essas alterações sejam feitas, aumentando significativamente os custos do tratamento.

Com a permissão para produzir insumos no país, a expectativa é que os custos diminuam, permitindo um acesso mais amplo à terapia.