Brasil pode ter vacina contra Covid-19 no 1º semestre de 2021

"O tempo para isso acontecer será em algum momento entre o primeiro mês e o sexto mês de 2021", afirmou o diretor-presidente da Anvisa

Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afirmou nesta sexta-feira, 30, que o Brasil vai ter uma vacina aprovada e pronta para uso da população contra Covid-19 entre janeiro e junho de 2021.

Brasil pode ter vacina contra Covid-19 no 1º semestre de 2021

“Acredito, pelo que temos observado, que o tempo para isso acontecer será em algum momento entre o primeiro mês e o sexto mês de 2021, ou seja, no primeiro semestre de 2021. Por enquanto é isso que acredito em face do que temos visto”, disse Barra Torres à Reuters.

“Obviamente isso pode mudar, eu espero que não, espero que fiquemos dentro desse período de tempo, mas é um estimativa que eu faço”, disse. “Algumas pessoas são menos otimistas, outras são até mais otimistas, acham que antes, eu acho que antes não é possível, eu ficaria com alguma coisa entre janeiro e junho de 2021.”

Antonio disse que há uma grande discussão no mundo sobre o percentual da eficácia da vacina e que ainda não existe um consenso sobre o tema. Ele afirmou que o órgão já aceitou vacinas para a Influenza com percentual abaixo de 50%.

Vacina no Brasil

Na entrevista, o diretor-presidente da Anvisa não entrou em detalhes sobre as discussções de autoridades de Brasília e São Paulo em relação ao possível uso da vacina chinesa Sinovac, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan.

Neste momento, existem candidatas de quatro empresas em fase de testagem no Brasil: AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford; Pfizer em parceria com a BioNTech; Johnson & Johnson, por meio da subsidiária Janssen, e a Sinovac.

“A blindagem da Anvisa (sobre discussões políticas) é a alta capacitação dos seus servidores e a profunda dedicação desses mesmos servidores em encontrar as soluções adequadas para o problema. Essa é a maior blindagem. E é claro, nós, os seus diretores, nós somos cinco, nós não nos envolvemos com nenhuma questão política”, fala.

“Essas questões não nos interessam e lamentamos que num momento como esse elas ganhem vulto perante a imprensa e perante a sociedade porque na verdade o inimigo não é esse, o inimigo é o vírus e ele precisa que nós estejamos unidos para combatê-lo. Então aqui na agência nós mantemos focados no trabalho e lembrando que o nosso norte é, sempre foi e sempre será a ciência. Política para os políticos, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, completou.