Brasil proíbe voos vindos de seis países por causa de variante

Medida visa barrar chegada de variante com o maior número de mutações já visto

A partir de segunda-feira, 29, o Brasil proibirá voos oriundos de seis países da África, seguindo uma recomendação da Anvisa. A medida visa conter a entrada de uma nova cepa do coronavírus classificada pela OMS como variante de preocupação, que foi identificada pela primeira vez na África do Sul.

A restrição vale para voos vindos da África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia, Zimbábue e Eswatini (ex-Suazilândia).

Brasil vai barrar voos vindos de 6 países a partir de segunda-feira
Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Brasil vai barrar voos vindos de 6 países a partir de segunda-feira

Outros países europeus e os Estados Unidos adotaram medidas restritivas semelhante para barrar o avanço da nova variante batizada de Ômicron.

Variante com muitas mutações

O que causou um alerta global é o fato da nova variante apresentar um número extremamente alto de mutações. São 50 no total, algo nunca ante visto. Trinta dessas mutações se encontraram na proteína “spike”, a parte que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a covid-19.

Variante Ômicron apresenta 50 mutações, o maior número visto até agora
Créditos: NiseriN/istock
Variante Ômicron apresenta 50 mutações, o maior número visto até agora

Ainda não é possível saber se a nova cepa é mais transmissível ou se causa sintomas mais graves, mas, de acordo com a OMS, “a evidência preliminar sugere um risco aumentado de reinfecção com esta variante”.

Além disso, o ministro da Saúde sul-africano, Joe Phaahla, disse que o surgimento dessa variante é provavelmente o motivo do aumento “exponencial” das infecções no país nas últimas semanas.

Outra grande preocupação é com a eficácia das vacinas sobre a Ômicron. Por conter características tão distintas da cepa original do vírus e mutações nunca antes vistas, os cientistas teme que a nova cepa seja capaz de enganar os anticorpos e tornar as vacinas menos eficazes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que continuará estudando essa variante e pediu aos países que reforcem seus sistemas de monitoramento e relatem casos que surgirem.