Câncer de mama: planta brasileira pode ser eficaz contra a doença
Proteína extraída de uma árvore da espécie Enterolobium contortisiliquum é capaz de inibir a migração e a metástase do câncer
Uma proteína extraída de uma árvore da espécie Enterolobium contortisiliquum é capaz de inibir a migração e a metástase do câncer de mama triplo-negativo, aponta estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Constatamos que a proteína inibe a invasão, a proliferação e a metástase de tumor de mama triplo-negativo em testes in vitro [em células] e, no caso do melanoma, tanto em modelo in vitro como in vivo [em animais]”. Os resultados foram apresentados por Maria Luiza Vilela Oliva, professora da Unifesp e coordenadora da pesquisa, em palestra na FAPESP Week Belgium.
Para chegar ao resultado obtido, a professora isolou das sementes as enzimas envolvidas em diversos processos biológicos e testou seus efeitos em alguns tipos de câncer, com a intenção de descobrir novos agente que surtissem efeito contra o câncer.
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Quando analisadas em diferentes modelos fisiopatológicos, como de inflamação, trombose e tumor, tanto in vivo como in vitro, foi indicado que, além de antitumoral, as moléculas apresentam propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana e antitrombótica.
Além disso, os pesquisadores descobriram que a proteína também pode ser eficaz na inibição da metástase de outros tipos de tumor, como o gástrico e o de pele (melanoma).
“O tumor, a inflamação e a trombose são patologias que estão de certa forma interligadas, porque às vezes o paciente com câncer pode morrer não por causa da doença, em si, mas em decorrência de um quimioterápico que pode levar ao desenvolvimento de uma trombose”, avaliou a especialista.