Dor não é normal! Silencioso, câncer de ovário é o terceiro tumor ginecológico mais comum no Brasil e o mais letal¹

Para ampliar o diálogo sobre a doença e contribuir com o diagnóstico precoce, a AbbVie criou a campanha #TodaMulherPrecisaSaber 

Conteúdo por AbbVie Brasil
24/06/2025 12:55

“Durante um mês, observei meu abdômen inchar muito, como se eu estivesse grávida”, conta Anne Carrari, que foi diagnosticada com câncer de ovário em estágio 4 – ou seja, avançado – em 2015, aos 40 anos.

A paciente, que enfrenta a doença há 10 anos, relata que enfrentou dificuldade para ter seus sintomas – muitas vezes, presentes no dia a dia de qualquer mulher – identificados da maneira correta. “No princípio, diziam que poderia ser apenas gases. Enfrentei alguns desafios para chegar ao diagnóstico correto”, acrescenta.

Arte da campanha de conscientização #TodaMulherPrecisaSaber desenvolvida pela biofarmacêutica AbbVie em suas redes sociais
Arte da campanha de conscientização #TodaMulherPrecisaSaber desenvolvida pela biofarmacêutica AbbVie em suas redes sociais - AbbVie | Divulgação

Apesar de ser o terceiro² tumor ginecológico mais comum no Brasil – e o mais letal¹ de todos, o câncer de ovário não possui um método de rastreamento eficaz, o que torna o diagnóstico da doença desafiador.

E, como forma de ampliar esse diálogo e alertar as mulheres sobre essa temática, a AbbVie lançou a campanha de conscientização #TodaMulherPrecisaSaber.

“Eu comecei a ter dificuldade de ficar deitada e sentia muita falta de ar, o que me levou a um pronto-atendimento. Consegui fazer exames de imagem e descobriram tumores no peritônio [membrana que recobre as paredes do abdômen e a superfície dos órgãos digestivos], fígado, baço e bexiga. Precisei fazer a primeira cirurgia o mais rápido possível”, acrescenta.

Hoje, Anne se tornou uma voz importante para a conscientização das mulheres. Por meio do Instagram, ela compartilha a sua jornada e ainda participa de eventos para ampliar o acesso das pessoas aos tratamentos mais avançados contra essa doença.

“No princípio, diziam que poderia ser apenas gases. Enfrentei alguns desafios para chegar no diagnóstico correto” – Anne Carrari, que foi diagnosticada com câncer de ovário em estágio 4 em 2015, aos 40 anos
“No princípio, diziam que poderia ser apenas gases. Enfrentei alguns desafios para chegar no diagnóstico correto” – Anne Carrari, que foi diagnosticada com câncer de ovário em estágio 4 em 2015, aos 40 anos - Reprodução Instagram @sobrevivi_ao_cancer_de_ovario

Câncer de ovário, um vilão silencioso

“Ao contrário do câncer de mama e o do colo do útero, não existem exames específicos para detectar o câncer de ovário. Ao mesmo tempo, seus sintomas são muito inespecíficos, como inchaço e dor pélvica”, afirma a Dra. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista clínica da Beneficência Portuguesa, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (Grupo EVA) e diretora de oncologia clínica da Sociedade Internacional de Câncer Ginecológico.

E isso se reflete nos números. Cerca de seis em cada dez pacientes no Brasil são diagnosticadas com câncer de ovário em estágios 3 e 4, considerados avançados, de acordo com artigo recente publicado na revista Panorama of Gynecologic Cancer in Brazil.³

Ao mesmo tempo, dados de 2023 do Ministério da Saúde mostram que, a cada ano, mais de 7 mil pessoas recebem esse diagnóstico, e menos da metade delas ainda está viva cinco anos depois.¹

É preciso estar atento aos sinais e sintomas do câncer de ovário

“Como o ovário está dentro do abdômen e é muito pequeno, ele vai crescendo por muito tempo sem a pessoa com útero sentir nada. Até que, de repente, ele fica grande o suficiente para provocar os desconfortos. Por isso esse câncer é tão traiçoeiro”, explica a Dra. Graziela.

Repare que, na fala da especialista, ela se refere aos pacientes como pessoas com útero. Usar esse termo é fundamental para se referir também a homens trans que tenham ovário, e, portanto, também podem estar sujeitos à doença e até ter um diagnóstico ainda mais desafiador – sobretudo diante do preconceito e do acesso restrito à medicina enfrentado por esse grupo.

Por isso, é importante prestar atenção nos seguintes sintomas: inchaço e dor na região da pelve, dor na relação sexual, fadiga, aumento da frequência urinária, constipação, falta de apetite, diarreia e náusea.

Há também alguns fatores de risco que precisam ser considerados pelo médico, como histórico familiar, idade avançada (o tumor costuma aparecer na pós-menopausa, mas não é uma regra), ciclos ovulatórios aumentados ou incessantes, fazer terapia hormonal após a menopausa e histórico de doença inflamatória pélvica.

“Além disso, pesquisas apontam que mulheres com endometriose e que nunca tiveram filhos também têm mais chance de desenvolver câncer de ovário”, alerta a Dra. Graziela.

Como se cuidar?

Mesmo sendo silencioso e de diagnóstico, na maior parte das vezes tardio, é possível adotar algumas medidas para estar atento e se cuidar melhor.

1- Conheça o seu histórico familiar. Saber se ocorreram casos de câncer na família é muito importante, porque o câncer de ovário está muito atrelado a fatores genéticos.

Ou seja, esse assunto não pode ser um tabu entre os seus familiares. Converse com eles e relate os dados coletados para os seus médicos. Assim, será mais fácil evitar um diagnóstico surpresa.

2- Esteja atenta aos sinais do seu corpo. E aqui vai um conselho de quem descobriu a doença tardiamente e se dedica hoje para que outras pessoas não passem por isso. “Você é a pessoa que melhor conhece o seu corpo, então tente perceber tudo o que não parece normal, como um inchaço e uma dor incomum”, diz Anne Carrari.

3- Não saia do consultório médico com dúvidas. É importante ter uma relação transparente com o seu médico. Exponha todas as questões que precisam ser esclarecidas de forma objetiva e clara.

“Gosto de orientar as pessoas a anotarem seus questionamentos em um papel ou no celular. E, para facilitar a conversa, é importante levar seus exames em ordem cronológica”, aconselha a Dra. Graziela.

Caso você sinta qualquer um dos sintomas listados acima, procure o seu(ua) médico(a) e reforce com ele o seu desconforto e há quanto tempo você o sente. Ele(a) é o profissional que poderá te ajudar na investigação desses sintomas.

O avanço da ciência

Assim como outros tipos de câncer, o de ovário envolve cirurgia e sessões de quimioterapia em seu tratamento.

No entanto, com os avanços tecnológicos e científicos, outras opções complementares têm aparecido para tornar o tratamento cada vez mais personalizado para as necessidades de cada paciente.⁵

“Para alguém que acabou de receber o diagnóstico, pode ser interessante realizar um teste genético ou biomarcador para ajudar a definir como prosseguir com os cuidados. Mas esse exame nem sempre é indicado, é preciso avaliar caso a caso”, comenta a Dra. Graziela.

O teste genético, que não é disponibilizado pelo SUS, deve ser solicitado por um oncologista ou um geneticista e também é utilizado para identificar alguma predisposição para desenvolver o tumor, determinar se o câncer tem uma origem hereditária e descobrir mutações genéticas que aumentam o risco de desenvolver a doença.

Depois da quimioterapia, é possível continuar o tratamento com medicamentos específicos para a manutenção. São comprimidos ou medicações endovenosas que contribuem tanto para o sucesso no tratamento quanto para aumentar o intervalo de uma possível volta da doença. “Infelizmente, esse câncer tende a ter recidiva. Por isso, precisamos estar atentos”, alerta a oncologista.

“O tratamento do câncer de ovário tem evoluído nos últimos anos, sendo que recentemente, medicamentos de uma nova classe, os chamados ADCs (anticorpo-droga-conjugado), já se encontram aprovados nos Estados Unidos e em alguns países da Europa”, completa a especialista.

Sobre a AbbVie

A AbbVie é uma biofarmacêutica global que combina inovação e compromisso com o cuidado humano. Com presença em mais de 70 países, tem como propósito desenvolver tratamentos que transformam vidas.

No Brasil, é reconhecida pela atuação em áreas como Imunologia, Oncologia, Hematologia, Neurociência e Oftalmologia – com foco em melhorar o diagnóstico, impulsionar o acesso e fortalecer a educação em saúde.

Todos os Direitos Reservados. BR-ABBV-250227. Aprovado em junho/2025. #publi

 

Referências bibliográficas:

1 – Nogueira A. et al; Breast and gynecologic cancers as Brazilian health priority Rev Assoc Med Bras; 2023;69(Suppl1): e2023S120.

2 – Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa 2023: Incidência de câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2022 [acesso em 10 dez. 2024]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2023.pdf.

3 – Paulino E, de Melo AC, Silva-Filho AL, et al. Panorama of Gynecologic Cancer in Brazil. JCO Glob Oncol. 2020;6:1617-1630;

4 – Olson SH, Mignone L, Nakraseive C, et al. Symptoms of ovarian cancer. Obstet Gynecol. 2001;98(2):212-7.

5 – Lheureux S, Braunstein M, Oza AM. Epithelial ovarian cancer: Evolution of management in the era of precision medicine. CA Cancer J Clin. 2019;69(4):280-304.