Câncer de tireoide: o sintoma silencioso que você não deve ignorar

O câncer de tireoide é mais comum em mulheres e pode ter sintomas silenciosos; veja os sinais e a importância do diagnóstico precoce

Por Caroline Vale em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
04/01/2025 17:08

O câncer de tireoide é o tipo de câncer maligno mais frequente na região da cabeça e pescoço, afetando três vezes mais mulheres do que homens.

Sintoma silencioso do câncer de tireoide
Sintoma silencioso do câncer de tireoide - magicmine/iStock

Detectar o câncer de tireoide nas fases iniciais pode ser desafiador, pois os sintomas geralmente não se manifestam de forma evidente. Mas existe um sinal que pode ser observado.

Muitos subestimam a ida frequente ao banheiro, acreditando ser apenas um efeito colateral de beber muito líquido. No entanto, esse gesto cotidiano pode ser um indicador da doença.

Função da tireoide no corpo

Localizada no pescoço, a tireoide é uma glândula responsável pela regulação de diversos processos metabólicos no organismo.

Quando há desequilíbrio na produção dos hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), seja por excesso ou deficiência, podem surgir complicações significativas à saúde.

O câncer de tireoide ocorre quando as células dessa glândula começam a se transformar, proliferando de forma descontrolada e formando um tumor. Os tipos mais comuns dessa neoplasia são o carcinoma papilífero e o carcinoma folicular.

Sintoma silencioso do câncer na tireoide

A tireoide hiperativa, uma condição comum em casos de câncer, acelera os sistemas do corpo, incluindo o sistema digestivo. Essa hiperatividade pode fazer com que a pessoa sinta a necessidade de ir ao banheiro com mais frequência.

A razão principal para essa frequência urinária aumentada é o aumento do hormônio calcitonina. Esse hormônio regula a quantidade de cálcio no sangue.

A calcitonina age ao bloquear a reabsorção de cálcio nos ossos, diminuir sua absorção no intestino e aumentar sua excreção pelos rins.

Pacientes com câncer de tireoide frequentemente apresentam níveis elevados de calcitonina, o que pode resultar na eliminação de mais cálcio através da urina, levando a idas constantes ao banheiro.

Outros sinais a serem observados

Além da frequência urinária aumentada, outros sintomas que podem indicar câncer de tireoide incluem:

  • nódulo, caroço ou inchaço no pescoço;
  • inchaço na região cervical;
  • dor na parte frontal do pescoço, podendo irradiar para os ouvidos;
  • rouquidão ou alterações na voz que persistem;
  • dificuldade para engolir;
  • problemas respiratórios;
  • tosse constante;
  • perda de peso inexplicada.

Embora esses sintomas não sejam exclusivos do câncer de tireoide, é importante procurar um médico caso sejam persistentes.

Fatores de risco

O risco de desenvolver câncer de tireoide é maior em pessoas com histórico familiar da doença, dieta pobre em iodo, ou que tenham sido submetidas a tratamentos de radiação na região da cabeça, pescoço ou tórax, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Outros fatores, como obesidade e exposição à radiação, também podem aumentar o risco. No entanto, ter um fator de risco não garante o desenvolvimento da doença, e existem diferentes tipos de câncer de tireoide.

Como é feito o diagnóstico?

O câncer de tireoide muitas vezes é diagnosticado antes de apresentar sintomas evidentes, durante um exame de rotina.

Quando um nódulo é identificado, o paciente é encaminhado a um especialista para a realização de exames adicionais para confirmar o diagnóstico.

O câncer de tireoide tem cura?

Se detectado precocemente, o câncer de tireoide possui uma taxa de cura de até 95%. O tratamento mais comum envolve a cirurgia para remoção parcial ou total da glândula tireoide.

Além disso, tratamentos complementares, como quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, podem ser necessários. A terapia hormonal é frequentemente indispensável ao longo da vida do paciente após a remoção da glândula.

A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para um tratamento eficaz. Portanto, estar atento aos sinais e fatores de risco e buscar orientação médica adequada são passos cruciais para um bom prognóstico.