Câncer que atinge prefeito de SP aumenta entre os jovens

Bruno Covas foi diagnosticado com câncer no sistema digestivo, na transição entre o estômago e o esôfago

30/10/2019 07:10

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), 39 anos, foi diagnosticado na última segunda-feira, 28, com câncer de estômago. Embora mais comum entre idosos, a doença tem atingido cada vez com mais frequência pacientes jovens.

O diagnóstico surpreendeu a equipe médica porque o prefeito é saudável, pratica exercícios físicos regularmente e não tem histórico familiar de câncer nessa região.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, iniciou a primeira sessão de quimioterapia na manhã desta terça-feira, 29
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, iniciou a primeira sessão de quimioterapia na manhã desta terça-feira, 29 - Rovena Rosa/Agência Brasil

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, uma das hipóteses é de que a piora na alimentação e em outros hábitos de vida colabore para o crescimento, mesmo entre jovens, dos tumores que acometem a região de transição entre esôfago e estômago.

No caso do prefeito de São Paulo, o tumor está localizado na área de transição entre o esôfago e o estômago —conhecida como cárdia. Este tipo de câncer costuma ser diagnosticado em pacientes com mais de 55 anos.

Cirurgião oncológico e diretor do centro de referência de tumores gastrointestinais do A.C. Camargo Cancer Center, Felipe Coimbra diz que casos de pessoas mais jovens têm aparecido com mais frequência no dia a dia de profissionais da oncologia.

“A gente observa um aumento. Tem a ver com os maus hábitos adotados em grandes cidades. Os fatores mais relacionados são tabagismo, refluxo gastroesofágico, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e obesidade. Também tem fatores hereditários, mas é possível ocorrer sem nenhum fator de risco”, explica o cirurgião oncológico Felipe Coimbra, diretor do centro de referência de tumores gastrointestinais do A.C. Camargo Cancer Center.

Quimioterapia

Bruno Covas iniciou a primeira sessão de quimioterapia na manhã desta terça-feira, 29, e durou cerca de 30 horas contínuas. Nesta primeira fase, o tratamento prevê mais duas sessões.

O prefeito pode receber alta até o início da próxima semana, caso reaja bem ao tratamento quimioterápico e à tromboembolia pulmonar (formação de coágulos nos pulmões).