Cannabis não está associada à psicose, diz estudo
Entenda os motivos que levaram os cientistas a essa conclusão
O uso da cannabis não está associado ao aumento do risco de psicose, aponta novo estudo internacional conduzido por pesquisadores da Austrália e Europa. Mesmo entre pessoas predispostas ao transtorno.
A nova descoberta contraria estudos realizados anteriormente, que associam o uso da planta a maior probabilidade de psicose e dependência.
Para entender os efeitos da cannabis, a pesquisa buscou principalmente “examinar a associação entre uso de cannabis e a incidência de transtornos psicóticos em pessoas com alto risco clínico de psicose”, além de avaliar as associações entre o “uso de maconha e a persistência de sintomas psicóticos e com o resultado funcional”, conforme destaca nota divulgada pela equipe responsável.
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Ao todo, os pesquisadores avaliaram dados de 334 indivíduos com alto risco de desenvolver psicose e 67 controles saudáveis, observando os participantes por dois anos utilizando uma versão modificada do Cannabis Experience Questionnaire.
Cannabis e psicose: qual a relação?
Ao fim do período de observação, os resultados revelaram que, destes indivíduos em alto risco clínico, 16,2% desenvolveram a psicose. Enquanto os demais, 51,4%, apresentaram sintomas persistentes, e 48,6% estavam em remissão.
Os números levaram os pesquisadores a concluir que não havia associação significativa entre o uso de cannabis no início do estudo e a transição para psicose, a persistência dos sintomas ou o desfecho funcional.
Além disso, foi acrescentado que os resultados do presente estudo são contrários aos dados epidemiológicos que sugerem que o uso de cannabis aumenta o risco de transtorno psicótico.
Outras evidências
Outras análises sobre o tema foram divulgadas nos últimos anos. Em 2022, pesquisa divulgada no Canadian Journal of Psychiatry, analisou dados de emergência relacionados à psicose induzida por cannabis. Esta pesquisa concluiu que a implementação da legalização da cannabis no Canadá “não foi associado a evidências de mudanças significativas em psicose induzida por cannabis ou apresentações de esquizofrenia”.
Enquanto outro estudo, publicado em janeiro deste ano no Journal of the American Medical Association, analisou dados de 2003 a 2017 nos Estados Unidos, que levaram a mesma conclusão.