Ciclotimia: o transtorno caracterizado por oscilações rápidas de humor

Estudos apontam que entre 0,5% e 1% da população mundial convive com a ciclotimia

30/01/2025 18:00

Estudos apontam que entre 0,5% e 1% da população mundial convive com a ciclotimia – Albachiaraa/Depositphotos
Estudos apontam que entre 0,5% e 1% da população mundial convive com a ciclotimia – Albachiaraa/Depositphotos

Imagine viver em uma montanha-russa emocional, mas sem os extremos vertiginosos do transtorno bipolar. Assim é a ciclotimia, um distúrbio de humor caracterizado por variações constantes entre euforia moderada e momentos de melancolia, sem atingir os picos intensos da bipolaridade.

Essa condição faz parte do espectro bipolar e, embora seja considerada uma versão mais branda, ainda pode interferir significativamente na vida diária. Estudos apontam que entre 0,5% e 1% da população mundial convive com a ciclotimia, sendo mais comum entre adultos jovens e com maior prevalência em mulheres.

Como a ciclotimia influencia o humor?

As oscilações emocionais da ciclotimia transitam entre episódios de hipomania e períodos depressivos leves. Durante a fase hipomaníaca, a pessoa pode se sentir extremamente motivada, cheia de energia, criativa e mais sociável do que o habitual. O sono reduzido e a impulsividade também são características desse estado.

Já nos momentos de baixa, instala-se um cansaço emocional, acompanhado de desânimo, insegurança e falta de interesse por atividades antes prazerosas. Embora menos intensas que as oscilações do transtorno bipolar, essas mudanças ainda podem afetar relacionamentos, trabalho e bem-estar geral.

Fatores como estresse, perdas emocionais, abstinência de substâncias ou acontecimentos marcantes podem intensificar essas flutuações.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da ciclotimia é clínico e realizado por um psiquiatra, que avalia a frequência e intensidade das oscilações de humor. Muitas vezes, a condição passa despercebida ou é confundida com outras questões psicológicas, como transtorno de personalidade borderline ou até mesmo uma “personalidade instável”.

O tratamento envolve psicoterapia, que auxilia no autoconhecimento e na construção de estratégias para lidar com as oscilações. Em alguns casos, o psiquiatra pode recomendar estabilizadores de humor, geralmente em doses menores do que as usadas para o transtorno bipolar. Além disso, mudanças no estilo de vida fazem toda a diferença: sono regulado, alimentação equilibrada, atividade física e evitar álcool podem contribuir para um maior controle emocional.

Em quadros mais leves, é possível gerenciar os sintomas apenas com apoio terapêutico e hábitos saudáveis, sem necessidade de medicação.

Quando buscar ajuda?

Se essas variações emocionais começarem a impactar seu cotidiano, suas relações ou sua produtividade, é hora de procurar um profissional. Sentimentos persistentes de tristeza, impulsividade excessiva e instabilidade emocional não devem ser ignorados.

A identificação precoce e o suporte adequado fazem toda a diferença para encontrar um equilíbrio e viver com mais qualidade. Afinal, mesmo em uma montanha-russa emocional, é possível aprender a segurar firme e aproveitar a jornada.

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