Ciclotimia: o transtorno que transforma alegria em desânimo num piscar de olhos

A ciclotimia é um transtorno do humor marcado por variações emocionais entre euforia e tristeza leve; saiba como identificá-la

Por Caroline Vale em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
24/06/2025 15:00

A ciclotimia é um transtorno do humor que provoca variações frequentes entre momentos de maior animação e fases de desânimo. Embora essas oscilações sejam menos intensas do que as observadas no transtorno bipolar, o quadro ainda pode comprometer a qualidade de vida de quem convive com ele.

Esse transtorno integra o espectro da bipolaridade, sendo considerado uma forma mais leve. Especialistas apontam que entre 0,5% e 1% da população pode ser afetada, principalmente adultos jovens — com maior incidência entre mulheres.

A ciclotimia é um transtorno de humor menos intenso do que o transtorno bipolar
A ciclotimia é um transtorno de humor menos intenso do que o transtorno bipolar - Depositphotos/vahitozalp048

O que caracteriza a ciclotimia?

Durante as fases de hipomania, a pessoa pode demonstrar comportamento mais expansivo, apresentar mais energia, falar mais do que o habitual, dormir menos e adotar posturas impulsivas.

Já nas fases de baixa, surgem sintomas depressivos leves, como desmotivação, cansaço, perda de interesse e autoestima reduzida.

Eventos estressantes, perdas, rompimentos e o uso de substâncias como álcool podem intensificar essas variações de humor.

Diagnóstico e tratamento são fundamentais

A avaliação da ciclotimia é feita por um psiquiatra, com base na frequência e intensidade das oscilações de humor.

O diagnóstico requer atenção, já que os sintomas podem ser confundidos com outros transtornos, como o transtorno de personalidade borderline ou até o próprio transtorno bipolar.

Muitas vezes, a ciclotimia passa despercebida ou não é considerada um problema até que comece a afetar de forma mais significativa a vida pessoal, profissional ou os relacionamentos.

O tratamento costuma incluir psicoterapia e, em alguns casos, medicação com estabilizadores de humor em doses mais leves. Há também um forte foco em mudanças no estilo de vida, como manter uma rotina de sono adequada, alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e a evitação do consumo de álcool.

Em quadros mais leves, o acompanhamento psicológico aliado a bons hábitos pode ser suficiente para manter os sintomas sob controle.

Quando buscar apoio especializado?

É importante procurar ajuda profissional caso as mudanças de humor comecem a interferir nas relações sociais, no trabalho ou na vida familiar.

Sinais de tristeza frequente, impulsividade ou perda de controle emocional indicam a necessidade de uma avaliação.

Reconhecer os sintomas logo no início e buscar orientação especializada pode evitar a progressão do quadro e contribuir para uma vida emocional mais estável.