Ciência revela ligação entre Parkinson e solidão

Solidão pode ser vista como um fator de risco, especialmente quando combinada a outras condições mentais e físicas

A forte ligação entre depressão e Parkinson, previamente observada em estudos anteriores, fornece uma pista crucial para entender essa conexão intrigante – iStock/Getty Images
Créditos: Daisy-Daisy/itsock
A forte ligação entre depressão e Parkinson, previamente observada em estudos anteriores, fornece uma pista crucial para entender essa conexão intrigante – iStock/Getty Images

A solidão pode estar diretamente relacionada ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, especialmente o Parkinson. É o que avalia estudo publicado na prestigiada revista científica JAMA Neurology.

Para chegar a essa surpreendente descoberta, a pesquisa acompanhou quase meio milhão de pessoas ao longo de 15 anos. Os participantes, a maioria com mais de 50 anos – faixa etária na qual o Parkinson é mais comum –, foram questionados sobre sua frequência de sentimentos de solidão.

Os resultados mostraram que, aqueles que se sentiam frequentemente solitários, apresentavam 37% mais chances de desenvolver a doença de Parkinson.

Embora não seja a primeira a ligar a solidão a problemas de saúde, o recente estudo é o primeiro a estabelecer uma conexão tão clara com o Parkinson. Mesmo após ajustes para fatores demográficos e predisposição genética, a associação entre solidão e Parkinson permaneceu significativa.

Parkinson, solidão e outros fatores

Depressão e doenças metabólicas, incluindo diabetes, também podem influenciar essa relação, indica o estudo. Por isso, concluíram os especialistas, a solidão pode ser vista como um fator de risco, especialmente quando combinada com outras condições de saúde mental e física.

Ainda não está claro o motivo exato dessa associação. No entanto, os pesquisadores sugerem que vias metabólicas, inflamatórias e neuroendócrinas podem estar envolvidas.

Saúde mental

Essa descoberta reforça a importância do apoio social e da saúde mental não apenas para o bem-estar emocional, mas também para a saúde neurológica a longo prazo. Entender esses vínculos complexos pode levar a estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento. Portanto, essa pesquisa não apenas lança luz sobre uma nova área de estudo, mas também destaca a necessidade de abordagens holísticas na saúde, considerando não apenas o corpo, mas também a mente e as emoções. Ficamos atentos a mais desenvolvimentos nesse campo, pois a compreensão dessa relação pode abrir portas para intervenções mais eficazes no futuro.