Cientistas encontram ligação entre ácidos graxos e maior risco de autismo

Cientistas encontram ácido no sangue que pode indicar predisposição ao TEA

11/10/2024 17:01

Cientistas podem ter descoberto a causa do autismo ao descobrir uma ligação entre o risco da condição e ácidos graxos no cordão umbilical.
Cientistas podem ter descoberto a causa do autismo ao descobrir uma ligação entre o risco da condição e ácidos graxos no cordão umbilical. - Simon Dannhauer/iStock

Pesquisadores japoneses podem ter dado um passo importante na compreensão das causas do autismo. Um estudo da Universidade de Fukui identificou uma ligação entre o risco de desenvolver transtorno do espectro autista (TEA) e a presença de ácidos graxos no sangue do cordão umbilical.

A pesquisa analisou amostras de 200 crianças e revelou que um composto específico, chamado diHETrE, pode estar associado à gravidade dos sintomas de autismo.

Níveis de ácido e impacto no comportamento

Os cientistas observaram que níveis elevados de diHETrE estavam ligados a dificuldades nas interações sociais, enquanto concentrações mais baixas desse composto estavam associadas a comportamentos repetitivos e restritivos, comuns em pessoas com autismo.

A relação foi especialmente perceptível em meninas. Essa descoberta pode ser significativa para a avaliação precoce do risco de autismo em recém-nascidos, oferecendo novas perspectivas para a detecção e possível prevenção da condição.

Implicações do estudo e próximos passos

Os pesquisadores sugerem que medir os níveis de diHETrE logo após o nascimento poderia se tornar uma ferramenta valiosa para prever o desenvolvimento do TEA.

Além disso, a inibição do metabolismo desse ácido durante a gestação pode, eventualmente, reduzir a manifestação dos traços do espectro autista. No entanto, a equipe de cientistas alerta que mais estudos são necessários para validar esses achados e explorar alternativas de intervenção.

O transtorno do espectro autista é uma condição que afeta o desenvolvimento cerebral, com variações significativas nas habilidades e necessidades de cada indivíduo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 em cada 100 crianças no mundo apresenta TEA, sendo que os impactos da condição podem exigir diferentes níveis de cuidado ao longo da vida.