Cientistas identificam composto que ajuda no tratamento do Alzheimer

O fitoeno, um carotenoide presente em plantas e animais, foi recentemente apontado como uma substância promissora para o tratamento de Alzheimer.

O composto, encontrado em alimentos como tomate, cenoura, damasco e pimentão vermelho, está sendo estudado por pesquisadores da Universidade de Sevilha, na Espanha, e da Universidade de Kent, no Reino Unido, que observaram um efeito significativo na longevidade e na redução de sintomas associados ao Alzheimer em testes laboratoriais

O que os estudos iniciais revelaram?

Em experimentos com o nematoide Caenorhabditis elegans, um modelo animal muito utilizado na biomedicina, os cientistas verificaram que o fitoeno aumentou a longevidade dos organismos em uma faixa de 10% a 18,6% e reduziu a toxicidade das placas amiloides — estruturas ligadas à progressão do Alzheimer — entre 30% e 40%. No estudo, a fonte do carotenoide foram microalgas.

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Esses resultados sugerem que o carotenoide pode ter um papel protetor contra os danos neurológicos típicos da doença.

Embora o estudo esteja em fase inicial e com testes ainda limitados ao ambiente laboratorial, o efeito do fitoeno em organismos vivos abre uma possibilidade para que, no futuro, seja aplicado em humanos.

A pesquisadora Paula Mapelli Brahm, da Universidade de Sevilha, enfatiza que os resultados são animadores, mas são necessários mais estudos para entender os mecanismos de atuação do composto.

Futuro da pesquisa

A equipe espera conseguir mais financiamento para avançar nos estudos e entender melhor como o fitoeno pode interagir com o corpo humano para reduzir os impactos do Alzheimer.

A pesquisa sobre esse carotenoide também se expande para além da área médica, com o grupo liderado pelo professor Antonio Jesús Meléndez Martínez investigando suas aplicações em nutrição e cosméticos, além de promover uma produção sustentável de alimentos que podem reduzir o risco de doenças.

Sobre o Alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e a forma mais comum de demência, afetando principalmente idosos.

Seus sintomas iniciais incluem: perda de memória recente e dificuldade para lembrar nomes e eventos, podendo ser confundidos com sinais normais do envelhecimento. Com o avanço da doença, surgem dificuldades mais graves na comunicação, na realização de tarefas cotidianas e alterações de humor e comportamento.

Os fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar, doenças cardíacas e estilo de vida pouco saudável.

Embora não possa ser prevenido totalmente, práticas como atividade física regular, uma dieta equilibrada, estímulos cognitivos e o controle de condições como hipertensão e diabetes podem ajudar a reduzir o risco ou retardar o aparecimento dos sintomas.