Cigarro pode diminuir eficácia da vacina, sugere estudo

A concentração de anticorpos no sangue de voluntários fumantes foi 140-250 unidades abaixo do normal

Por: Redação

Cientistas japoneses do Dokkyo Hospital e da Jichi Medical University identificaram que o cigarro pode inibir a produção de anticorpos em pessoas vacinadas com coronavírus. O estudo foi publicado na revista médica medRxiv.

Ao todo, os cientistas analisaram o nível de anticorpos protetores de 378 profissionais de saúde três meses após eles  terem sido imunizados com a vacina da Pfizer. Os voluntários tinham idades entre 32 e 54 anos.

Cigarro pode diminuir eficácia da vacina
Créditos: Dusan Ilic/istock
Cigarro pode diminuir eficácia da vacina

A análise  se concentrou nos seguintes fatores: a idade dos vacinados, histórico médico e seus hábitos nocivos. Os pesquisadores observaram que os participantes mais velhos tinham menos anticorpos que os mais novos, algo já observado em outras pesquisas.

Também observaram que o nível de anticorpos era mais baixo entre homens e naqueles que tinham o hábito de fumar. A concentração de anticorpos no sangue de voluntários fumantes, por exemplo, foi 140-250 unidades abaixo do normal.

Os pesquisadores especulam que a diferença de sexo não esteja relacionada a fatores biológicos, e, sim, porque as taxas de tabagismo eram duas vezes mais altas nos homens do que nas mulheres: 61% das pessoas do sexo masculino que participaram do estudo fumavam, contra 31% do sexo feminino.

“Para esclarecer os efeitos do tabagismo, realizamos análises adicionais. No entanto, o Índice de Brinkman (que mede a exposição ao tabaco) e o número de cigarros por dia não influenciaram os níveis de anticorpos. Assim, fumar em si é um fator de risco para níveis baixos de anticorpos, ao invés da duração do fumo ou do número de cigarros por dia”, informaram os pesquisadores.

Por outro lado, segundo os pesquisadores, abandonar o tabagismo pode melhorar a eficácia da vacina. Eles chegaram a essa conclusão ao comparar o nível de anticorpos de fumantes ativos com os de ex-fumantes, esses últimos apresentaram um resultado imunológico melhor.