Colesterol alto genético: como controlar e proteger o coração

O colesterol alto pode ser controlado com dieta e exercícios, mesmo com predisposição genética

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
11/02/2025 08:31 / Atualizado em 12/02/2025 19:54

O que deve ser feito quando o colesterol alto for genético?
O que deve ser feito quando o colesterol alto for genético? - iSTock/bodym

 

O colesterol elevado é um problema silencioso, que muitas vezes não apresenta sinais visíveis, dificultando a percepção da condição pelas pessoas afetadas. Além disso, fatores genéticos, como a hipercolesterolemia familiar, podem ser determinantes no aumento dos níveis de colesterol, representando um risco significativo à saúde cardiovascular.

Hipercolesterolemia familiar: a causa genética do colesterol alto

A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma condição genética que resulta em níveis muito altos de colesterol LDL desde o nascimento. Essa doença é causada por mutações em genes responsáveis pela regulação do colesterol no corpo, especialmente no gene que codifica o receptor de LDL. Esse receptor tem a função de remover o colesterol LDL do sangue, e, quando ele não funciona corretamente, o colesterol se acumula, elevando os riscos de problemas cardíacos.

No Brasil, estudos indicam que a mutação genética que causa a HF é bastante comum, tornando a detecção precoce essencial. Sem o devido acompanhamento, pessoas com HF têm maior propensão a desenvolver doenças cardiovasculares precoces, como infartos e derrames.

Como o estilo de vida pode agravar o colesterol alto

Embora a genética seja um fator importante, o estilo de vida também desempenha um papel crucial no aumento do colesterol. O consumo excessivo de gorduras saturadas, como as presentes em carnes gordurosas e alimentos processados, pode elevar o colesterol LDL, também conhecido como “colesterol ruim”. Além disso, o excesso de peso e a falta de atividades físicas contribuem significativamente para a elevação dos níveis de colesterol, prejudicando a saúde do coração.

Mudanças no estilo de vida são fundamentais para controlar o colesterol, especialmente em casos onde a predisposição genética já está presente. Essas modificações incluem a adoção de uma dieta saudável, a prática regular de atividades físicas e a redução de comportamentos prejudiciais, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.

Estratégias para controlar o colesterol alto

1. Alimentação Saudável
Manter uma dieta balanceada é uma das formas mais eficazes de controlar o colesterol. Priorize alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, legumes, frutas e leguminosas. Eles ajudam a reduzir a absorção do colesterol no sangue. Reduza também a ingestão de gorduras saturadas e trans, encontradas em alimentos processados e frituras.

2. Exercícios Físicos Regulares
A prática de atividades físicas não só auxilia na perda de peso, mas também melhora o perfil lipídico, aumentando os níveis de colesterol HDL (o “colesterol bom”). Recomenda-se a realização de pelo menos 150 minutos de exercício moderado por semana, como caminhada, corrida ou natação.

3. Evite Tabagismo e Consumo Excessivo de Álcool
O tabagismo prejudica a saúde cardiovascular e reduz os níveis de colesterol HDL. Parar de fumar pode melhorar significativamente a saúde do coração. Além disso, o consumo excessivo de álcool deve ser evitado, pois ele pode elevar os níveis de colesterol e triglicerídeos, aumentando os riscos de doenças cardiovasculares.

4. Medicamentos Quando Necessário
Para pessoas com colesterol elevado devido a fatores genéticos, mudanças no estilo de vida podem não ser suficientes. Nesses casos, medicamentos como estatinas podem ser necessários para controlar os níveis de colesterol LDL e prevenir complicações. É fundamental seguir as orientações médicas e realizar exames regulares para monitorar a eficácia do tratamento.

Colesterol alto: a importância da prevenção

É possível controlar o colesterol alto, mesmo em casos genéticos. A combinação de uma alimentação saudável, exercícios regulares e o uso de medicamentos adequados pode minimizar os riscos de complicações graves, como doenças cardíacas e derrames. A detecção precoce e a prevenção são as melhores ferramentas para proteger sua saúde cardiovascular.