Comer ovo pode turbinar sua memória e até prevenir doenças

Incluir ovos na alimentação diária pode ser uma escolha inteligente para quem quer cuidar da saúde do cérebro. Estudos apontam que o consumo regular do alimento está associado à melhora da memória, do foco e até à prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. O segredo está na colina —um nutriente essencial para o funcionamento cerebral, presente em alta concentração nos ovos.

De acordo com o Instituto Ovos Brasil, a colina desempenha papel fundamental na formação de neurotransmissores, como a acetilcolina, que está diretamente ligada a funções cognitivas como concentração, aprendizado e retenção de informações.

“O ovo é uma das fontes mais completas desse nutriente e pode ser um verdadeiro aliado do cérebro em todas as fases da vida —da infância ao envelhecimento”, afirma a nutricionista Lúcia Endriukaite.

Além de participar da produção de neurotransmissores, a colina é precursora da fosfatidilcolina, substância que ajuda a proteger contra o declínio cognitivo. E os benefícios não param por aí: o ovo também oferece outros compostos importantes para o sistema nervoso, como vitaminas do complexo B, antioxidantes e proteínas de alta qualidade, como:

• Luteína – carotenoide antioxidante que se acumula no cérebro e protege os neurônios contra danos dos radicais livres.
• Vitaminas do Complexo B – A vitamina B12 auxilia na mielinização dos neurônios (garantindo a comunicação entre eles); o folato participa da síntese de neurotransmissores; e a B6 atua na produção de serotonina e dopamina, fundamentais para o bem-estar emocional.

Menor risco de comprometimento cognitivo

Estudos científicos reforçam a relevância do alimento. Uma pesquisa chinesa de coorte (grupo numeroso de pessoas) com mais de 9 mil idosos demonstrou que o consumo de 1 a 6 ovos por semana foi associado a um menor risco de comprometimento cognitivo.

Revisões sistemáticas também indicam que essa ingestão moderada pode ter efeito protetor contra demência e Alzheimer, principalmente em idosos e pessoas com dietas menos equilibradas.

“Uma porção diária de dois ovos fornece aproximadamente 250mg de colina, contribuindo de forma expressiva para as necessidades nutricionais. Esse consumo é seguro para a maioria dos adultos saudáveis e também está alinhado com a segurança cardiovascular”, afirma Lúcia.

As necessidades de colina variam conforme a fase da vida, sendo mais elevadas em crianças em fase escolar, jovens em período de estudos intensos, gestantes e idosos. Como o corpo humano não produz colina em quantidade suficiente, é essencial obter esse nutriente por meio da alimentação.

Para garantir que o consumo de ovos contribua efetivamente para a saúde cerebral, a nutricionista recomenda:

• Combinar com vegetais como folhas verdes, legumes e frutas que são ricos em compostos bioativos que exercem função antioxidante e de prevenção;
• Incluir alimentos integrais, como a quinoa, aveia chia, semente de linhaça, semente de abóbora e outros;
• Adicionar gorduras saudáveis, como azeite de oliva e oleaginosas;
• Evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, farinhas refinadas e aditivos químicos.

Além da alimentação, manter um estilo de vida saudável, com prática regular de exercícios físicos, sono de qualidade e boa hidratação, é essencial para preservar as funções cerebrais ao longo do tempo.

“O ovo deve ser um aliado estratégico no prato de quem quer cuidar da saúde mental com equilíbrio e ciência”, finaliza Lúcia.